15 de março de 2014

VOLTANDO ATRÁS COM AS PALAVRAS

Resumindo: esqueçam o que eu disse no post passado. Eu estava errado: eu só amo afetivamente uma pessoa por vez, e desta vez eu não sei por quanto tempo vai durar.

Boa noite.

8 de março de 2014

TU TE TORNAS ETERNAMENTE DECEPCIONADO PELAS EXPECTATIVAS QUE CRIAS



A gente se dá conta do quanto a vida é complexa quando certezas que parecem gigantescas, indestrutíveis e absolutas simplesmente desmoronam. Você poderia dizer "eu te amo" de todo seu coração, com a conotação totalmente afetiva e pra duas pessoas totalmente diferentes? Eu acreditava que não. Hoje eu tenho certeza que posso sim. E isso é assustador!

Não, eu não sou um canalha, logo, eu não estou namorando dois caras ao mesmo tempo. Ao contrário, terminei um relacionamento recentemente, por esse e alguns outros motivos, mas fez eu me sentir meio deprê e pensar bastante no assunto...


Um dos homens que eu amo é o meu extremo oposto. Ele é fogo e eu sou terra. Ele é o brilho, a intensidade, a ferocidade e efemeridade. Eu sou a estabilidade, a resistência, o conforto e a durabilidade. Nós estivemos juntos por alguns meses, o que me proporcionou uma felicidade tão múltipla, tão bonita e que eu jamais tive antes com alguém. Entretanto, ele teve grande dificuldade de digerir esse sentimento e, assim, me deixou. Poucos sabem o quanto eu sofri naqueles dias, o quanto eu aprendi no processo de superar o término, o como foi difícil seguir adiante e o quanto eu o quero de volta... mas com inúmeras condições de mudanças - minhas e dele - que eu não tenho certeza se algum dia ocorrerão. Ainda nos falamos, ainda gostamos muito um do outro, mas não estamos juntos em quase nenhum sentido.

O outro homem que eu amo ainda não é tão "homem", é mais como um menino. Ele parece muito comigo em vários aspectos: ambos somos terra, mas vemos a vida por ângulos bem diferentes. Vivemos uma história bonita de amor e de companheirismo que durou pouco mais de 5 meses, mas que acabou recentemente, desta vez porque eu quis e por inúmeros motivos além do já mencionado. Ainda o amo, mesmo que nosso relacionamento tenha se tornado numa espécie de amizade mal explicada. Ao deixá-lo, pensei que ele seria aquele que mais fosse sofrer entre nós dois, o mais fragilizado pela situação. Me enganei completamente, embora não tenha me arrependido da decisão do término.

Eu ainda sou amigo de ambos. Eu ainda converso com eles com razoável frequência. Eu ainda os amo. Eu ainda consigo vê-los como homens maravilhosos. Eu seria capaz de namorá-los novamente. Todas essas definições me parecem certas e ainda mexem com meus sentimentos, embora elas pertencem essencialmente e unicamente aos meus pensamentos, já que os motivos que justificaram os dois términos não foram resolvidos e as probabilidades de retorno com qualquer um deles é pra lá de remota...

O que eu ainda não sei é o que fazer ou como lidar com essa confusão. Eu sempre fui fiel a quem está comigo devido à entrega que eu dou ao sentimento que tenho. Agora, com essa nova experiência, me pergunto a toda hora a quem eu entregaria minha fidelidade. Questiono constantemente a possibilidade de amar dois homens ao mesmo tempo e, caso eu esteja enganado, qual deles eu realmente amo e qual eu apenas acho que amo. Perco as certezas que eu guardo e conservo cuidadosamente e sofro ao tentar organizar meu mundo sem elas, questionando, moldando e reconstruindo novos pilares.

Me resta a opção de sentir a decepção múltipla, pelas expectativas depositadas nesses dois relacionamentos fracassados, nesse amor sem resolução e na antiga certeza de que só se ama afetivamente uma pessoa por vez nessa vida.

26 de janeiro de 2014

TANTO TEMPO




Bem, vocês devem ter reparado o meu sumiço. Ou não. Honestamente, nem lembro qual foi a última vez que postei algo aqui e nem sei mais a que frequência voltarei a escrever. As coisas mudaram um pouco por aqui, afinal, eu envelheci um tanto, a necessidade de expor essas minhas idéias tomaram novas formas não tão organizadas e claras. Nesse meio tempo, eu voltei a desenhar, a me exercitar, aumentei consideravelmente meu número de amigos, adotei uma (nova) religião e tudo isso me trouxe novas formas de deixar essa corrente de informação fluir e sair de mim.

Fato é que, além das novas formas de me expressar, a necessidade de fazê-lo também diminuiu consideravelmente. Talvez porque antes eu acreditava que existia algo de especial nisso, que isso tinha um significado profundo pra mim, nem tanto pros outros. De alguma forma, era o jeito que eu conseguia me comunicar com... alguém, entendem? Aqueles foram tempos difíceis de expressão efetiva e de encontrar pessoas que me ouvissem por puro interesse, não por favor ou por qualquer outro fator. Hoje eu estou mais velho, um tanto menos encantado, um bocado mais realista e meio surrado na vida. Hoje em dia eu tenho meu trabalho, minha grana, minha independência, minha visão individual - nem tão radical, nem tão inflexível ou induzível - e, honestamente, uma bela parte dos problemas que eu achava que tinha quando ainda escrevia mais por aqui naturalmente desapareceu.

Mas é engraçado admitir: hoje eu estou triste, totalmente quebrado e confuso por dentro. Eu, às 5:30 da manhã, sem sono, atormentado por meus problemas, esclarecido e preparado o suficiente pra saber como lidar com eles (mesmo que sem resolvê-los), ironicamente volto aqui pro meu blog pra escrever algo, pra tentar de alguma forma fazer eu me sentir melhor, apesar de toda a falação acima. Bem, muitas coisas mudam nas nossas vida, mas as coisas que tem o potencial de te jogar pra cima ou pra baixo são relativamente as mesmas pra todo mundo: amores, saúde, relações sociais, familiares e laborais, situação financeira, etc; tudo isso, essas inúmeras variáveis da vida que vocês conhecem tão bem quanto eu. O que acontece comigo não é nada que vocês já não passaram ou ouviram passar com algum conhecido, ou num filme; tornar o Sinapses um diário de bordo do que passa comigo não é mais meu objetivo embora ele possa vir a se tornar isso, tipo hoje. Escrever aqui sempre que eu tinha um problema ou uma grande opinião sobre algo me ajudou muito no passado, mas não sei se ainda fará o mesmo no futuro. Defender causas (como contra o machismo, a homofobia, a saúde pública e a situação política atual) também já não me apetece tanto, já que o mundo precisa mais da gente lá fora, tentando mudar algo, e menos escrevendo por aqui (embora, claro, eu saiba que isso tenha sim a sua importância).



Eu não sei o que o Sinapes vai se tornar, não sei quando eu vou voltar, não sei mais porque ou como escrever, até que o Blogger mudou bastante desde a última vez que vim aqui. O Sinapses é uma parte gigante e importante da minha história, ler nos comentários as opiniões concordantes e discordantes, os conselhos, o apoio, a atenção de vocês, tudo isso foi decisivo pra aprender que tudo o que eu falo tem seu peso e suas consequências. Eu quero fazer este local voltar a ser algo importante pra mim novamente, e eu tentarei. Eu só ainda não sei como.

De qualquer forma, obrigado pela atenção.