28 de setembro de 2010

DESABAFO



Eu superei muitos dos meus preconceitos, medos e restrições. Não todos, porque já existem e sempre existirão novos problemas, dúvidas e limitações. A vida não é estática, aliás, pouca coisa nesse mundo atual é estática. Eu não resolvi tudo sozinho, é verdade. Eu tive pessoas, amigos, colegas, tutores e alguns conhecidos que disseram as coisas certas nas horas certas. Pequenos atos que mudaram radicalmente minha forma de pensar num curtíssimo período, o que pode ser chocante e muito aterrador. Entretanto...

Sério, eu não tenho a menor obrigação de ser condescendente com quem tem problemas que são parecidos (em maior ou menor grau) com os meus antigos problemas. Eu posso sim, se essas pessoas forem importantes pra mim, apoiá-las, orientá-las, perder algum tempo distraindo-as ou sussurrar a direção que eu tomaria. Mas eu já estou ficando farto da juventude atual e das suas atitudes quase inexistentes pra resolver seus próprios problemas, quiçá mudar pra melhor a nossa realidade.

Estou cansado de dizer pra meninas-teenage-bonitinha-baladeiras-patricinhas-de-cabeça-oca que a juventude passa num piscar de olhos e que todo esse glamour precisa ser substituído por algum estudo/vocação decente. Estou cansado de explicar pra jovens-gays-afeminados-e-emos que usar roupas, cabelos e acessórios coloridos, falar com voz fininha e gesticular de forma afetada não ajuda ninguém a arranjar algum emprego, não garante uma universidade, não facilita na pegação com outros rapazes, não vai forçar uma aceitação externa e nem vai ajudar a causa gay. Estou cansado de dizer que música não é exclusivamente uma questão de opinião, afinal, eu detesto as músicas do Elvis Presley e não ouço jazz/blues com um bom whisky (e uma cara de cult) porque eu não gosto desses estilos musicais, mas sei que tais músicas representam grande valor e possuem qualidade indiscutível; coisa que não se vê mais em tempos de Restart. Estou ficando irritado ao ver cada menino ou menina suspirando pelo Edward Cullen (ou pelo Robert Pattinson, a maioria não faz distinção das duas pessoas), como se existisse a possibilidade de que um sujeito absolutamente idealizado pudesse descer do céu e mudar radicalmente a vida de um/uma Bella; e eu até sou ligeiramente simpatizante da saga. Estou boquiaberto em ver jovens fumando cada vez mais cedo só pra causar impacto; ou contando aos berros, nos dedos, o número de drogas que já experimentou; ou vangloriando-se pelo número de vezes que fugiu de casa pra ir a alguma balada fuleira, onde trepou, vomitou, ficou de ressaca e ainda brigou com os pais por “besteira”.

Se juventude é a fase de errar – e eu concordo com essa teoria – o fim da adolescência, lá por volta dos 17-18 anos, já é tempo de dar indícios de responsabilidade pessoal e coletiva, senão a vida te derruba e te mete porrada de um jeito feio e grosseiro, sem piedade. E é justamente as lágrimas e os lamentos dessa fase monocromática da vida que eu já estou cansado de ver e ouvir. Por isso, da próxima vez que eu for bruto ou partir em pedaços o sonho juvenil cor-de-rosa de alguém, vou me limitar a voltar pra casa e aceitar o título de antiquado com muito orgulho: pelo menos sou um antiquado bem-sucedido, ao meu modo.

6 comentários:

Cris Medeiros disse...

Eu sempre pensei muito e vi a vida de uma forma mais dura, porque minha vida não teve essas fases cor-de-rosa... Vejo gente falando com saudade do tempo de colégio, da adolescência, e eu achei uma das minha piores fases de vida... Então a vida me empurrou desde muito cedo pro pensamento, pra análise, pra busca de soluções... Mesmo assim eu eu errei muito, e fiz muita loucura quando muito jovem...

Beijocas

Anônimo disse...

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Rodrigo disse...

Não sei é uma fase de errar, mas é um fase boa... quando esta na lembrança, adoro meus trinta e poucos anos.

Autor disse...

Eu não me importo com os erros dos outros exatamente pq os erros deles não são os meus.
Desculpe, mas eu cago pra quem quer se fuder na vida.
;-)
Na minha época adolescente eu fui todo certinho e faço tantas merdas agora... BTW, cada um tem de quebrar sua própria cara para poder aprender, então, sou daqueles que vê e ri dos tombos alheios.
Desculpe, sou desses, hehehe
Abraço

Rodrigo disse...

sumido.

blé.


beijo pra ti

K. disse...

mas é só asism que crescemos
amadurecemos qdo tomamos um tabefe na cara de alguém
é hora de passar adiante =D