20 de agosto de 2010

EPÍLOGO DE UMA RELAÇÃO (E UM DESABAFO)


I am not waiting for
A prince on a white horse just to save me
I know I have to do by myself
And this time I will be free

(IGNORIN' U - Pitty)


Com fatos e sentimentos turbulentos devidamente digeridos, chega a hora de expelir a conclusão. É assim mesmo, costumo me superar muito rápido. E essa conclusão diz respeito a tudo o que eu experimentei no meu último relacionamento. E por esse motivo, este post acaba sendo um desabafo ao meu ex-namorado, e mesmo que ele nunca venha a ler, sinto necessidade de exteriorizá-lo aqui.

[...]

Este texto é todo pra você "A". Eu encontrei a resposta pra sua pergunta: sim, eu te amei, por um período de tempo que eu não sei definir, mas que certamente ocupou menos de 50% dos nossos 6 meses de namoro. E eu já sei o porque eu terminei o nosso namoro: o cara que eu conheci e me apaixonei desapareceu, está escondido em algum lugar dentro de você, provavelmente atrás do seu maior defeito, sua teimosia. E, sinceramente, eu nem quero ou pretendo que ele saia de lá, porque eu realmente deixei de te amar cerca de um mês antes do fim do nosso relacionamento. E eu não me arrependi, eu me sinto bem, me sinto livre. Eu achei que seria difícil, mas cheguei à conclusão de que eu não precisava manter um namoro se fosse pra ser daquele jeito.

Eu não tenho ódio por você, eu não tenho motivos para te diminuir, te ofender, te menosprezar. Eu agradeço de verdade por tudo o que você me proporcionou, agradeço pelo que eu aprendi com você, agradeço pelas pessoas divertidas e diferentes que você me apresentou, agradeço pelos inúmeros orgasmos, agradeço pelo seu apoio e agradeço até pelas nossas crises. Tudo isso ficará guardado em uma parte boa de mim e, acredite, ela é bem maior do que a dor e o ressentimento que você me causou. Considere-me superado, assim como eu te considero uma boa e importante lembrança.

Eu não mudei com você. Eu só tive a completa consideração de desaparecer da sua frente, porque eu sabia que você ainda me amava; e como dizem: "o que os olhos não vêem, o coração nao sente". É isso que eu gostaria que fizessem comigo se eu estivesse na mesma situação... e, curiosamente, é isso que fizeram por mim quando eu passei por isso (está registrado em alguma parte deste blog). E eu não fugi, eu desviei propositalmente meus caminhos dos seus, mas caso nos encontrássemos (como aconteceu), eu não fugiria de você (e eu não o fiz).

Imagino o quanto foi difícil pra você, mas eu sabia que não podia te ajudar. O único tipo de salvação que eu poderia te oferecer seria nada menos do que minha própria sentença de morte. E, felizmente, meu amor próprio é maior do que meu altruismo. Quando você percebeu isso, acabou reagindo (desesperadamente e infantilmente) da forma mais lamentável possível. Eu repito sem medo: a escolha de trocar o seu amor por mim por ódio é sua, eu não posso fazer nada a não ser lavar as mãos.

Mas não finja inocência, não seja cínico ou hipócrita, não te conheci com tais defeitos. Você conhece SIM a sua parcela de culpa. Você sabia que me matava a cada vez que fugia ou deixava uma discussão sem conclusão. Sim, a sua teimosia não era, não é e jamais será um argumento. A sua imaturidade não justifica de forma alguma a forma com que fui (muito mal) tratado por dias. A sua incapacidade de se colocar no meu lugar foi decisiva. A sua exigência por mudanças da minha parte e a pressão que você me impôs, sempre impedindo a expontaneidade das minhas atitudes, nunca foi justa. Não eram igualitárias aos meus pedidos de mudança da sua parte. O "A." que eu conheci era menos amargurado e julgava menos do que o garoto que eu deixei sozinho no fim do namoro. E como se não fosse suficiente, você me fez perder exatos 6 dias de sono, um recorde.

Só não me persiga, não me vigie, não me atrapalhe. Tire o seu ódio do caminho, pois minha consciência tranquila quer passar. Se continuar me ofendendo pela internet, o máximo que conseguirá provar é o nível da sua maturidade. Se você quiser espalhar aos 4 cantos que viveu um "amor de hipocresia" (alias, a palavra certa é hipocrisia), lembre-se bem de tudo o que eu fiz por você, das vezes que eu te apoiei, do dinheiro que eu gastei com você, da fidelidade imaculada que eu te prometi (e cumpri), dos meus pequenos sacrifícios, de todos os momentos bons e positivos na sua vida enquanto estivemos juntos... e se ainda assim você julgar que eu fui hipócrita, nada eu posso fazer. Apenas dormir em paz e com a minha consciência tranquila.

Eu te conheci, eu me apaixonei, eu te amei, passamos um tempo juntos, eu percebi que você não era quem eu pensava que fosse, eu deixei de te amar e me afastei. Um ciclo justo, limpo, sem mentiras, sem falsidade, sem arrependimentos, com começo e um fim, que veio exatamente no momento em que eu percebi que eu nada poderia fazer pra voltar a te amar e não poderia mais esperar ou exigir uma mudança sua. Exatamente antes que o nosso relacionamento fosse lembrado por momentos ruins em vez dos bons. Você pode não admitir ou não concordar, mas foi e ainda é assim pra mim.

E se eu ainda puder te desejar algo, que seja mais maturidade, mais tolerância e mais auto-controle. Não pra mim, não pro seu próximo namorado (ou namorada), não pra agradar seus amigos, sua família ou qualquer outra pessoa. Mas pra que você evolua como um humano, um homem melhor.

Adeus.

[...]

P.S.: A aliança que está no meu dedo anelar esquerdo permanecerá lá, no exato lugar onde estava no dia que você me conheceu. Ela ainda significa (e sempre significará) um completo auto-compromisso. Um compromisso de amor, respeito, sinceridade, cuidado e fidelidade a mim mesmo.

4 comentários:

Cris Medeiros disse...

Sei que parece que estou diminuindo seus sentimentoe e sua história com esse rapaz, mas você é bem jovem e ainda vai experimentar alguns tipos de desilução, de desgaste, esse é um... E a cada um vai parecer que é o pior da sua vida, o mais triste! Mas com o tempo superamos cada vez mais rápido e de uma forma melhor...

Beijocas

Unknown disse...

Muito bem expurgado. E você escolheu certo: sua auto-estima em 1o. lugar.

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

muita dignidade tudo isto ... parabéns ...


bjux

;-)

Autor disse...

Faz bem desabafar. Mas bem pra gente, que desabafa, faz bem pra quem ouve/lê o desabafo e se coloca em algum lugar, imaginando essas situações.
E que bom que para você tudo acabou bem e foi bem digerido.
Um abraço, amigo!
Saudade