30 de agosto de 2010

MATURIDADE


Nos últipos episódios do (perfeito) seriado "Queer As Folk", um personagem quarentão e "deslocado" chamado Ted, cansado dos padrões esterotipados (de beleza física, juventude, relacionamentos monogâmicos ou poligâmicos perfeitos, entre outros) finalmente entende algo que metade da população ocidental (ou mais) ainda não entendeu: a perfeição é inatingível e os estereótipos são só o que são e valem apenas para quem os seguem como valores pessoais. Muito maduro da parte dele.

Ted entendeu que não precisava fazer plásticas para se manter jovem, magro e bonito, não precisava sofrer tanto na academia pra se manter no peso ideal, não precisava de drogas (lícitas ou não) pra se sentir feliz, não precisava de festar diárias e orgias pra conseguir sexo e não precisava ser perfeito para atrair um namorado... e mais importante que isso, desejou ter a sabedoria para não enlouquecer sem um namorado e para ser feliz, assim mesmo, ainda que ninguém viesse a aparecer na sua vida. Isso é maturidade.

Acho fascinante o poder que o tempo exerce sobre as pessoas. Não que a extrema velhice me agrade, afinal, sou humano e temo envelhecer (algo que considero normal e que a Dama de Cinzas detalhou muito bem). Mas é verdade: o tempo faz verdadeiros milagres em mentes e corpos humanos. Em outra série que ando assistindo, "Men of Certain Age", me surpreendo como os personagem se tornaram quarentões divertidos, questionadores, inteligentes, vaidosos, sedutores, carinhosos e, adivinhem, extremamente maduros.

Eu demorei certo tempo pra entender o quanto a maturidade é relevante pra mim, ou seja, entre as pessoas com quem convivo e me relaciono. Hoje eu percebo que não se trata só de "relevância", mas sim um padrão de "exigência", quase um pré-requisito social que pode fazer a diferença entre uma amizade/namoro e o afastamento total, ainda que muitas vezes isso ocorra meio sem querer, de forma inconscientemente.

Apesar da minha idade relativamente curta, eu vejo que eu realmente sou maduro, dentro das minhas limitações óbvias. E me orgulho disso. O Laisse Faire vez ou outra comenta: "Alysson, olha o quanto tu ja evoluiu!". Até bem pouco tempo atrás eu nem ligava pra isso, achava que era alguma tirada irônica. Mas é verdade, ele tem razão. E a melhor parte disso é saber que, ao mesmo tempo, não me tornei um chato, um inútil e nem perdi o meu senso de humor.

Ok, mas o que um moleque de 23 anos sabe sobre maturidade? E eu respondo: muita coisa! Certamente bem menos do que vou saber quando tiver mais idade. Certamente bem mais do que muita gente de 23 anos que existe por aí. Certamente bem mais do que várias pessoas mais velhas do que eu. Porque maturidade, apesar de estar ligeiramente enroscada com a idade, não é dependente apenas dela. Maturidade é ter a sabedoria que nos leva a tomar decisões mais adequadas, é ter novas perguntas, é ter respostas mais simples e mais satisfatórias, é ter paciência e serenidade, é dar a nós mesmos nem mais e nem menos importância e respeito do que realmente temos, é ter a capacidade de rir de si mesmo, é ter credibilidade, responsabilidade e palavra. Maturidade é não levar as coisas tão a sério... e levá-las totalmente a sério, dependendo da necessidade. Boa parte disso eu já consegui aos poucos e pretendo conseguir bem mais.

[...]


MATURIDADE

Maturidade é saber que nunca somos totalmente maduros pra viver. Portanto, sempre teremos o que aprender.

Maturidade é ter o poder de controlar a raiva e de resolver divergências sem violência nem destruição.

Maturidade é ter paciência e disposição para abrir mão de um prazer imediato, com vistas a uma vantagem a longo prazo.

Maturidade é ter perseverança, é empenhar-se a fundo num programa, a despeito da oposição e dos contratempos desalentadores.

Maturidade é ter abnegação, é atender às necessidades alheias.

Maturidade é ter a capacidade de enfrentar o desagradável e a decepção sem nos tornarmos amargos.

Maturidade é ter humildade. Uma pessoa madura consegue dizer: "Perdoe-me." E, quando fica provado que estava com a razão, não sente a necessidade de se vangloriar: "Eu não disse?".

Maturidade significa credibilidade, integridade e cumprimento da palavra.

Os imaturos encontram pretexto para tudo. São os retardatários crônicos, os contadores de vantagens, que falham no momento das crises. A vida dessas pessoas é um emaranhado de promessas não cumpridas, assuntos inacabados e amizades desfeitas.

Maturidade é ter a capacidade de viver em paz com o que não se pode mudar.

(Autor Desconhecido)

26 de agosto de 2010

FROZEN


You only see what your eyes want to see
How can life be what you want it to be?
You're frozen
When your heart's not open.

(Frozen - Madonna)

Eu guardei meu coração num freezer. Ok, quase isso. Só arranquei o coração pra fora do seu espaço e, no seu lugar, coloquei um espelho de corpo inteiro, algumas garrafas de vodka, um mp3 player cheio de boas músicas, uns DVDs de pornografia e o meu celular. Eu finalmente ativei o meu lado egocêntrico e hedonista que, anteriormente, eu não tinha coragem nem vontade de abraçar. Tudo isso sem um pingo de ressentimento ou revolta, juro!

Nos últimos dois anos (que alguns de vocês acompanharam aqui no Sinapses) eu mantive o meu coração derretido, cheio, livre, solto demais. E com todo esse poder, por vezes ele dobrou a vontade do meu lado racional, quase sempre dominante. Por dois anos eu fui um Alysson compreensivo demais, humanizado demais, espiritualizado demais, muito cuidadoso com os sentimentos alheios, cheio de amor pra dar e sem esperar NADA em troca (não o tempo todo, não sou perfeito). E só recebi esse tipo de recompensa: mesmice, ingratidão, baixa consideração e indiferença (da maioria esmagadora, mas não de todos). E como sou um homem prático, se as coisas não estão dando certo, eu avalio as causas e fatores envolvidos no fracasso e tento mudar a minha tal realidade. Pode demorar um pouco em alguns casos, mas geralmente tarda sem falhar.

Por esse motivo, cansado de slap in my face, vou inverter tudo pro extremo oposto e recomeçar do zero na jornada pra alcançar um equilíbrio adequado. Até lá, coração em criogenia, duro como pedra, fechado, inacessível e intocável. Não pensem que é desilusão ou qualquer tipo de trauma, sério, não é nada disso. Só não quero assumir a responsabilidade por qualquer um que, ocasionalmente, acabar saindo machucado dessa história.

"Ok, Alysson. E o que isso muda, efetivamente?". Eu respondo: muita coisa, sobretudo os meus focos. Percebi que nesse tempo, a pessoa que eu menos amei foi o próprio Alysson, eu mesmo. E desgastado como estou, nada posso fazer pra contribuir positivamente com ninguém. Sendo assim, vou cuidar mais de mim, dos meus interesses, dos meus princípios e pontos de vista. É como eu disse, inicio uma fase egocêntrica, mas no melhor sentido que isso pode ter.

Quero me divertir, me aproveitar, me permitir. Isso significa recusar um ou outro favor, se eu tiver algo melhor em mente. Isso significa dizer "não estou interessado, obrigado", "não posso", "não quero" ou "vou estar ocupado com outra coisa", sem medo de causar qualquer má impressão. Até porque estive disponível, topando qualquer ajuda/tarefa/missão faz um certo tempo e foda-se quem resolver lembrar só das minhas respostas negativas, provavelmente são pessoas que não vão fazer falta. É claro que eu não vou ser uma pessoa ruim desnecessariamente, nem vou deixar de ser gentil ou prestativo. Só não vou dar ênfase nisso.

Eu quero dançar, beber, fumar, transar se e quando me der vontade. E negar tudo isso se a minha vontade recusar. Enfim, quero fazer comigo aquilo que me der vontade, viver a promiscuidade despudorada. Me dando o devido respeito e cagando e andando pra opinião alheia. Quero viver a maior boemia se isso estiver ao meu alcance. Eu não quero namorar. Eu quero não ter que ligar no dia seguinte pro garoto da noite anterior. E quero não ter que atendê-lo, caso ele ligue. Quero fazer isso sem me sentir mal. Eu quero dizer "você NÃO é importante pra mim" com a mesma sinceridade e efeito de quando eu digo "eu te amo".

E eu quero estudar mais, começar a trabalhar com entusiasmo (finalmente!), ler mais, pensar mais, meditar mais, assistir aquilo que me acrescenta ou que simplesmente me faz rir. Eu quero mais humor. E quero mais programas lights, como conversar com amigos por horas, sobre os temas mais relevantes ou sobre a mais fútil banalidade que nos vier na cabeça. Quero assistir filmes bons, e os ruins também. Quero ouvir música boa, e as ruins também. Quero perder o meu tempo numa tarde de RPG com amigos, numa noite de papo sob luz da lua ou numa caminhada solitária pela praia ao amanhecer.

Quero correr diariamente, pra cuidar da minha saúde e do meu corpo enquanto eu não posso pagar por uma academia. Quero ir ao dentista, ao médico, ao fisioterapeuta e ao psicanalista, nem que seja só pra ouvir um "está tudo bem". Quero mudar o corte de cabelo, cuidar da minha pele, quero precisar de uma manicure/pedicure, quero comer mais e melhor. Quero estar plenamente satisfeito com o espelho, dentro do possível.

Eu quero congelar a minha camada mais periférica e a casca do meu coração propositalmente. Eu quero estar tão bem comigo mesmo, ao ponto de me sentir completo sozinho, sem precisar de qualquer apoio ou "alma-gêmea". Eu vou aumentar as minhas chamas interiores, aquecer lentamente o que importa dentro de mim. E quando eu me cansar de aproveitar tudo o que eu sou e o que eu posso ser, só então eu irei procurar alguém tão completo quanto eu deverei estar.

Até lá, "quero ver apenas o que os meus olhos querem ver" e "estar congelado, enquanto meu coração não estiver aberto". Não é, Madonna?


24 de agosto de 2010

ELEIÇÕES 2010


"Agradeço pela ração
Aqui tudo está sempre a mão
Um cantinho pra eu me deitar
Uma bola pra me acalmar..."

"Te cuido tanto aqui
Te dou o que quiser
É só me divertir
E não tentar fugir..."

(Rato na roda - Pitty)

Minha opinião sobre a política no Brasil vocês já conhecem (ou podem lembrar clicando aqui). Ela não mudou praticamente em nada: chegam as novas eleições e o cenário é o mesmo, políticos arrumados, desinteressantes, muitos deles criminosos e que nem disfarçam que estão apenas lendo o que foi passado pela "equipe" eleitoral deles.

No nível estadual, as chances dos Sarney continuarem mandando no Maranhão são bem altas (acreditem!), a maioria dos concorrentes são igualmente corruptos ou esquerdistas revoltadinhos. Os deputados estaduais e federais repetem o de sempre sem se preocupar e, pior, ainda agem em níveis bem restritos, falam de defender os interesses de tal cidade, tão região, como se APENAS suas localidades fossem relevantes. Entre os senadores, não há nada novo: mudaram apenas as faces e o discurso é o mesmo, isso porque nunca ficou tão claro que o político é só um reflexo do seu partido. Entre os presidenciáveis, aí sim a coisa fica lamentável.

Dilma, além de ter uma série de pontos negativos na campanha do PT-boa vizinhança-corrupção-jeitinho, mal tem coragem de estabelecer uma campanha sem sair do ombro do Lula. Você confiaria em alguém que só obedece ordens alheias? Você votaria em alguém visivelmente volúvel? Eu não...

Zé Maria chuta o balde e promete salários mínimos de 2 mil reais, redução da carga horária de trabalho máxima de 35 horas (sem redução do salário) e um completo apoio ao MST, garantindo desapropriação de terras privadas e doação das mesmas pra quem nela trabalha. Você acredita em um mínimo equilíbrio econômico baseando-se nessas 3 promessas? Eu não...

Plínio foi o único a assinar o termo de compromisso em favor dos interesses GLBT, ok. Mas e além disso? O Programa dele inclui excentricidades graves similares ao de Zé Maria e, além disso, sua divulgação e propaganda são tão superficiais e frágeis. Você votaria? Eu não...

Marina Silva aparentemente tem uma proposta bem limpa: se por um lado ela não apóia uma ou outra causa, por outro ela deixa isso bem evidente e explica suas razões. No máximo, diz que existem poucas informações sobre o assunto e "advoga a favor de um plebiscito" (SIC). Mas sinceramente, eu tenho os dois pés atrás com QUALQUER pessoa que venha de uma religião tipicamente fundamentalista como a dela. Admito, é uma forma de preconceito sim, sob uma fachada de auto-proteção.

E Serra até tem boas propostas. Mas é só você conversar com alguns paulistas pra você conhecer um pouco do que ele fez por lá. Enquanto era governador, a criminalidade aumentou, os pedágios aumentaram, houve censura quando tentaram criticar o seu governo, entre outros motivos bem graves. Fora o partido dele, que tem carteirinha marcada em várias CPIs.

Como eleitor, eu não sei o que fazer, em quem votar. Não confio mais em votos nulose branco, ainda mais com a lenda (ou não) de que essas opções têm livre manipulação. Não vi em nenhum dos candidatos aquele entusiasmo que se espera pra modificar o que há de mais grave no nosso país, ou seja, as 3 necessidades mais basais e urgentes: EDUCAÇÃO, SAÚDE e SEGURANÇA. Pouco se fala sobre tais necessidades e, quando se fala, é de um jeito completamente superficial e pisando em ovos. O que me remete a um grande medo de arriscar, de tentar fazer algo que possa definitivamente resolver uma boa parte dos problemas.

Pra finalizar, deixo o resto da minha opinião escancarada nas palavras do jornalista e blogueiro Gabriel Cadete (em "Sobre Política" e "O voto gay?") e do ator Felipe Neto (em "Não Faz Sentido! - Políticos").

20 de agosto de 2010

EPÍLOGO DE UMA RELAÇÃO (E UM DESABAFO)


I am not waiting for
A prince on a white horse just to save me
I know I have to do by myself
And this time I will be free

(IGNORIN' U - Pitty)


Com fatos e sentimentos turbulentos devidamente digeridos, chega a hora de expelir a conclusão. É assim mesmo, costumo me superar muito rápido. E essa conclusão diz respeito a tudo o que eu experimentei no meu último relacionamento. E por esse motivo, este post acaba sendo um desabafo ao meu ex-namorado, e mesmo que ele nunca venha a ler, sinto necessidade de exteriorizá-lo aqui.

[...]

Este texto é todo pra você "A". Eu encontrei a resposta pra sua pergunta: sim, eu te amei, por um período de tempo que eu não sei definir, mas que certamente ocupou menos de 50% dos nossos 6 meses de namoro. E eu já sei o porque eu terminei o nosso namoro: o cara que eu conheci e me apaixonei desapareceu, está escondido em algum lugar dentro de você, provavelmente atrás do seu maior defeito, sua teimosia. E, sinceramente, eu nem quero ou pretendo que ele saia de lá, porque eu realmente deixei de te amar cerca de um mês antes do fim do nosso relacionamento. E eu não me arrependi, eu me sinto bem, me sinto livre. Eu achei que seria difícil, mas cheguei à conclusão de que eu não precisava manter um namoro se fosse pra ser daquele jeito.

Eu não tenho ódio por você, eu não tenho motivos para te diminuir, te ofender, te menosprezar. Eu agradeço de verdade por tudo o que você me proporcionou, agradeço pelo que eu aprendi com você, agradeço pelas pessoas divertidas e diferentes que você me apresentou, agradeço pelos inúmeros orgasmos, agradeço pelo seu apoio e agradeço até pelas nossas crises. Tudo isso ficará guardado em uma parte boa de mim e, acredite, ela é bem maior do que a dor e o ressentimento que você me causou. Considere-me superado, assim como eu te considero uma boa e importante lembrança.

Eu não mudei com você. Eu só tive a completa consideração de desaparecer da sua frente, porque eu sabia que você ainda me amava; e como dizem: "o que os olhos não vêem, o coração nao sente". É isso que eu gostaria que fizessem comigo se eu estivesse na mesma situação... e, curiosamente, é isso que fizeram por mim quando eu passei por isso (está registrado em alguma parte deste blog). E eu não fugi, eu desviei propositalmente meus caminhos dos seus, mas caso nos encontrássemos (como aconteceu), eu não fugiria de você (e eu não o fiz).

Imagino o quanto foi difícil pra você, mas eu sabia que não podia te ajudar. O único tipo de salvação que eu poderia te oferecer seria nada menos do que minha própria sentença de morte. E, felizmente, meu amor próprio é maior do que meu altruismo. Quando você percebeu isso, acabou reagindo (desesperadamente e infantilmente) da forma mais lamentável possível. Eu repito sem medo: a escolha de trocar o seu amor por mim por ódio é sua, eu não posso fazer nada a não ser lavar as mãos.

Mas não finja inocência, não seja cínico ou hipócrita, não te conheci com tais defeitos. Você conhece SIM a sua parcela de culpa. Você sabia que me matava a cada vez que fugia ou deixava uma discussão sem conclusão. Sim, a sua teimosia não era, não é e jamais será um argumento. A sua imaturidade não justifica de forma alguma a forma com que fui (muito mal) tratado por dias. A sua incapacidade de se colocar no meu lugar foi decisiva. A sua exigência por mudanças da minha parte e a pressão que você me impôs, sempre impedindo a expontaneidade das minhas atitudes, nunca foi justa. Não eram igualitárias aos meus pedidos de mudança da sua parte. O "A." que eu conheci era menos amargurado e julgava menos do que o garoto que eu deixei sozinho no fim do namoro. E como se não fosse suficiente, você me fez perder exatos 6 dias de sono, um recorde.

Só não me persiga, não me vigie, não me atrapalhe. Tire o seu ódio do caminho, pois minha consciência tranquila quer passar. Se continuar me ofendendo pela internet, o máximo que conseguirá provar é o nível da sua maturidade. Se você quiser espalhar aos 4 cantos que viveu um "amor de hipocresia" (alias, a palavra certa é hipocrisia), lembre-se bem de tudo o que eu fiz por você, das vezes que eu te apoiei, do dinheiro que eu gastei com você, da fidelidade imaculada que eu te prometi (e cumpri), dos meus pequenos sacrifícios, de todos os momentos bons e positivos na sua vida enquanto estivemos juntos... e se ainda assim você julgar que eu fui hipócrita, nada eu posso fazer. Apenas dormir em paz e com a minha consciência tranquila.

Eu te conheci, eu me apaixonei, eu te amei, passamos um tempo juntos, eu percebi que você não era quem eu pensava que fosse, eu deixei de te amar e me afastei. Um ciclo justo, limpo, sem mentiras, sem falsidade, sem arrependimentos, com começo e um fim, que veio exatamente no momento em que eu percebi que eu nada poderia fazer pra voltar a te amar e não poderia mais esperar ou exigir uma mudança sua. Exatamente antes que o nosso relacionamento fosse lembrado por momentos ruins em vez dos bons. Você pode não admitir ou não concordar, mas foi e ainda é assim pra mim.

E se eu ainda puder te desejar algo, que seja mais maturidade, mais tolerância e mais auto-controle. Não pra mim, não pro seu próximo namorado (ou namorada), não pra agradar seus amigos, sua família ou qualquer outra pessoa. Mas pra que você evolua como um humano, um homem melhor.

Adeus.

[...]

P.S.: A aliança que está no meu dedo anelar esquerdo permanecerá lá, no exato lugar onde estava no dia que você me conheceu. Ela ainda significa (e sempre significará) um completo auto-compromisso. Um compromisso de amor, respeito, sinceridade, cuidado e fidelidade a mim mesmo.

18 de agosto de 2010

PERCEBI


Percebi que não consigo escrever sobre situações/fatos/sentimentos enquanto eles ainda estão acontecendo na minha vida. Percebi que não consigo escrever sobre situações/fatos/sentimentos passados enquanto os atuais ainda estão me incomodando e inflamando minha mente. Percebi que por mais que eu tente desenvolver um pensamento sobre alguma coisa aleatória, esse pensamento sofre direta influência do meu estado de espírito e de humor vigente, que por sua vez, é um produto direto do que eu vivo no presente (ou passado próximo).

E percebendo isso, eu me calo por alguns dias, porque eu não criei um blog pra vomitar situações/fatos/sentimentos turbulentos, mas sim pra jogar a "pá de cal" da minha opinião sobre eles, depois que tudo já está devidamente digerido e superado.

Sem mais...

OBS: sim, sou eu mesmo na foto (há 2 anos atrás)...

3 de agosto de 2010

SOLTEIRO


Estou solteiro há alguns dias. Novamente. Mas sem queixas, sem arrependimentos e nem aquela sensação ruim de vazio e tédio das outras vezes. O que sinto agora é um misto de fadiga mental, sede social e alívio psicológico.

Dessa vez eu não detalharei passo-a-passo as (possíveis) causas do fim e nem vou enxer o meu ex de defeitos. Além de não haver a menor necessidade ou motivo que possa justificar esse ato, dessa vez as coisas foram diferentes: as causas do rompimento do namoro não estão claras na minha consciência, só estão evidentes no meu coração. O sentimento existiu de fato, eu realmente gostava dele; a diferença é que o sentimento não era maduro ou forte o suficiente pra sobreviver por uma longa temporada de crise e tortura emocional, pelo menos não intacto. O que eu sinto por ele não morreu, só mudou de uma quente paixão para uma amizade bem morna; um carinho que é frio demais pra aquecer um namoro. Diria que o sentimento ainda existe, mas está irreconhecível.

E dessa vez não existem xingamentos a serem vomitados ou defeitos a serem expostos. O meu ex é muito parecido comigo, é praticamente um "Alysson" com 18 anos (idade dele), um garoto muito cheio de certezas, (verdades indicutíveis) que, nos atuais 23 anos, foram substituídas, modificadas, adaptadas ou extintas.

Dessa vez eu estou bem. Eu me sinto bem com a minha decisão em finalizar um relacionamento que já não tinha mais sentido. Pelo menos não no meu coração. Finalizar tudo antes que os bons momentos fossem substituídos por brigas, boicotes, chateação mútua e farsa. Antes que as boas lembranças ficassem distantes demais para serem resgatadas. Antes que eu abrisse mão de ser o "Alysson" que eu sou para me tornar o "Alysson" que o meu ex-namorado e o relacionamento pediam.

Mesmo sendo difícil terminar um namoro, por melhor ou pior que ele tenha sido, eu me sinto orgulhoso por ter reunido a força necessária pra fazer o que eu acredito ter sido a coisa certa. Apesar do medo inicial, fico feliz de ter a coragem e o amor-próprio necessários para que eu estivesse bem, right now...

E tudo isso se justifica. Mesmo sendo bastante questionadas e desacreditadas as teorias holísticas, a física/medicina/ciência quântica, a lei da atração e as filosofias orientais; uma coisa que todas essas correntes de pensamento possuem e estão certas: seus sentimentos e sensações são verdadeiros "medidores" do seu atual estado de felicidade e paz-interior. Se você não se sente bem agora, jamais voltará a se sentir bem novamente a menos que modifique ou remova aquilo que te impede de ser feliz. E isso, tenho o orgulho de dizer, eu sei fazer muito bem!