17 de abril de 2009

EUREKA!!!


Pára tudooooo gentem!!! Finalmente ocorreu a iluminação que eu precisava, a compreensão que antes não existia, o pontapé inicial pra que finalmente a minha monografia ande definitivamente!!! EU FINALMENTE ENTENDI A PARTE MAIS COMPLEXA DA MINHA PESQUISA: EUREKAAAA!!! Se tudo der certo, logo não reclamarei (principalmente pra mim mesmo) sobre os atrasos imperdoáveis nesse TCC.

Se por um lado isso é bom, isto é, nada de momentos "mimimi" e autoflagelação pública no blog; por outro lado pode me afastar um pouco mais daqui deste espaço. Mas faz muito tempo que eu realmente não me sentia tão disposto a ESTUDAR e PROGREDIR como eu me senti nesta madrugada, o que provavelmente vai atrapalhar o meu sono (mais um problema...), mas vai trazer muita satifação em alguns dias.

Vou tentar manter a responsabilidade e continuar por aqui com uma frequência pelo menos razoável (uma vez por semana eu acho que consigo). Mas caso eu dê uma sumidinha, estejam avisados, ok? Me desejem boa sorte!

P.S.: Os dois posts anteriores falam de PASSADO, então vamos deixar no passado aquilo que é do passado, "né não"? Muito obrigado pela força de vocês, mas já é hora de caminhar. Porque, como disse Lewis Carroll, "Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve".

16 de abril de 2009

FIM?

Este post foi deletado. Tudo o que eu não preciso é lembrar de coisas MUITO ruins na minha vida. Principalmente os motivos de uma antiga depressão.

Obrigado!

10 de abril de 2009

METADE


Momento ruim, melancólico, desejo com todas as forças que ele se apague, que tudo passe. Não consigo nem expressar sozinho a dor, por isso deixarei apenas as palavras e a melodia, ambas alheias, que melhor representam meus atuais sentimentos: o de perder mais uma vez uma "metade", que na verdade nunca foi minha de fato. Eu só queria odiar um pouco essa metade pra que tudo ficasse mais fácil. Eu só gostaria de ser um pouco mais forte e dono do que eu sinto. Perdoem-me pelas lágrimas. Lamento...

[...]



METADE
(Adriana Calcanhotto
)

Eu perco o chão

Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim...

Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será
Que você está agora?

8 de abril de 2009

SOMBRAS DE DIAS ANTERIORES

A gente nunca sabe o gosto da derrota até tocar o fundo do poço e constatar que de fato se está numa pior. Eu vivi há certo tempo atrás, entre 2007 e 2008, um período bastante nebuloso e cinzento. Falando mais claramente: eu fui completamente infeliz por quase um ano da minha vida. Eu estava em depressão, por motivos que eu irei comentar muito em breve neste blog, e essa experiência foi, sem dúvida, o meu “fundo do poço”.

E hoje, enquanto fuçava músicas antigas, músicas deprimentes que eu escondi em uma distante e esquecida pasta do meu computador, encontrei um texto que escrevi no auge daquele momento sombrio. Eu havia escondido esses vestígios (as músicas e o texto) logo após ter me curado da depressão na tentativa de esquecer tudo o que passou. Hoje eu penso diferente, porque até as nossas quedas nos ensinam uma forma diferente de se levantar e nos previne cada vez mais contra novos “incidentes”. Por isso resolvi compartilhar com vocês este texto não muito sadio nem coerente, mas que representou exatamente tudo o que um dia eu senti. Espero que “entendam”.

OBS: Pra mim a interpretação do texto só é completa quando se está ouvindo “Love is a losing game” da Amy Winehouse.



[...]

Eu, por eu mesmo...

Existe uma segunda consciência que habita a minha mente. Sua função é ser meu algoz, meu rival, meu opositor extremo. Ela não pode ser definida, não tem cor, nem forma, nem nome, é abstrata demais para ser palpável, real o suficiente para ser percebida.

Ela possui tentáculos finos e longos, que alcançam quase qualquer coisa que eu possa tocar, acessar, enxergar ou me envolver. Ela possui um domínio anormal sobre a minha vontade, uma força inquestionável sobre mim, que ora me domina e ora é inibida. É impossível ignorá-la, embora seja possível vencê-la, e para isso eu despendo forças enormes, que me consomem dia após dia.

Sua existência me remove o humor, me faz perder o sono ou até sentir sono demais, me isola de tudo, me faz aterrorizar aqueles que me desconhecem, me atrai fortemente por aquilo que eu jamais terei independentemente do quanto eu lute, faz eu me odiar profundamente e me sentir o pior dos seres humanos, me faz ignorar tudo o que acho importante, me devolve a capacidade outrora perdida de chorar, me frustra em meus planos e me afasta das pessoas que amo. Em troca, ela me fornece racionalidade, maturidade, inteligência, responsabilidade, serenidade e outros atributos, tudo em níveis totalmente inadequados para alguém da minha idade.

Eu preciso contê-la diariamente, o que não é uma tarefa fácil, uma guerra eterna, onde eu já perdi a conta das vezes em que venci e fui derrotado; e que produz cicatrizes que eu acredito serem irreversíveis, mas de grande aprendizado. Ela me imobiliza, aprisiona e até consegue me derrubar, mas ainda é incapaz de me impedir de levantar. É curioso como palavras certas, das pessoas certas, nas horas certas são capazes de neutralizar todos os recursos nocivos dela sobre mim, mas é uma pena que esses fatos aconteçam com baixíssima freqüência. Ela não poderia viver sem mim, porque ela simplesmente faz parte de um todo que eu sou, e me matar faria dela uma suicida.

Eu já desisti de destruí-la, é uma pretensão totalmente inútil. Eu já entendi como ela funciona e identifico exatamente os sinais dos seus ataques, mas ela é imprevisível o suficiente para jamais me permitir estar preparado para receber suas investidas, me tornando um alvo plenamente vulnerável. Ninguém além de mim é capaz de entendê-la, ou de enxergá-la nitidamente, mas qualquer um é capaz de ver quando eu sou derrotado por ela, mesmo que quase ninguém dê a importância que isso tem para mim. Mas ela perderá... seus tentáculos me causam feridas que são superficiais demais para serem capazes de me enlouquecer, mas formam cicatrizes que me imunizam lentamente a todos esses males.

Será um tempo difícil, mas eu voltarei ao meu normal, ou pelo menos é o que eu espero. E quando isso acontecer, tenho certeza que eu não serei o mesmo de antes, portanto, procure demonstrar o quanto antes aquilo que eu significo para você... amanhã poderá ser tarde, bem tarde...

SYN

7 de abril de 2009

AQUI JAZ O LUTO


Há quase um mês eu deixei as enfermarias hospitalares como campo de estágio e fui pra um setor completamente novo pra mim: a UTI (na verdade “as UTIs”). Confesso com um pouco de vergonha que mesmo sendo um quase-Fisioterapeuta, minha visão da UTI até bem pouco tempo era semelhante à de muitos leigos, uma opinião negativa, ruim, que remete à iminência de morte, etc etc etc. Na minha anterior e ignorante opinião, quando alguém entrava na UTI, suas chances sobrevivência (e muitas vezes acompanhada de graves seqüelas incapacitantes) eram muuuito reduzidas. Por isso, antes de iniciar o estágio nas UTIs, me preparei psicologicamente para lidar com eventuais e possivelmente freqüentes óbitos.

Como um péssimo perdedor, eu nunca me preparo para ironias, principalmente as do destino. Foi só eu ingressar na UTI Neonatal – lugar de bebezinhos recém-nascidos muito frágeis e em sua grande maioria prematuros – pra não ocorrer NENHUM óbito. O que eu agradeço profundamente! Pena que eu abaixei a guarda... e infelizmente, não por falta de recursos ou de esforços, muito menos por erros da equipe, mas sim pelo grave quadro de alguns pacientes, 5 recém-nascidos faleceram num período de 15 dias (uma média particularmente ruim para o setor).

– “Aonde o Syn quer chegar com isso?”

O Syn responde:

– “Percebi mais uma vez que aprendemos de duas formas: com o amor e com a dor.”

Com o amor eu aprendi que uma UTI nem de longe é uma “prévia sombria” de um funeral, e se ela tiver uma equipe de profissionais da saúde (principalmente se cada membro da equipe gostar do que faz) bem equipada, bem preparada e com um bom apoio hospitalar, o nível de acompanhamento e suporte aos pacientes internados podem fazer verdadeiros milagres e salvar vidas, muitas vidas. No meu período de estágio (aproximadamente um mês), por exemplo, conseguimos 19 altas e aquelas pequenas crianças hoje passam bem (tomara!), uma ótima média.

Já com a dor eu aprendi uma forma de não me abalar tanto com a morte humana. E nem precisa falar que morte sempre foi um tabu, mesmo quando a pessoa é “bem resolvida” nesse aspecto. Antes, encarar uma morte ou ver um indivíduo morto me trazia pensamentos bastante profundos. Aquela pessoa tinha uma vida, uma história, tinha pessoas esperando pelo seu retorno, tinha amigos, inimigos, amores... e eu me usava como um exemplo mórbido. Quem iria esperar por mim? Quem iria chorar por mim? Quem ficaria feliz quando eu morresse? Quem eu cativei durante a minha vida? O que eu fiz de importante definitivamente?

Todo esse mar de pensamentos era extremamente desconfortável e me trazia graves repercussões profissionais. Os familiares e acompanhantes, entes queridos de um paciente falecido não precisam de mais um chorão pra lamentar o fato junto a eles, muito pelo contrário, eles precisam de um profissional coerente, firme e ético, que provavelmente já esperava o pior e já devia ter preparado as emoções de todos anteriormente. E percebi que se eu fosse lamentar e reviver todos esses sentimentos mórbidos por CADA paciente que eu venha a perder de hoje em diante na minha vida profissional, certamente não vou agüentar muito, por mais insensível que isso possa parecer. Se continuasse assim, cedo ou tarde eu enlouqueceria ou ficaria permanentemente depressivo.

De uns dias pra cá (agora na UTI Pediátrica) eu me peguei agindo antes de pensar nesses momentos mórbidos... num momento crítico, antes mesmo de pensar no que fazer, eu já estava correndo pra providenciar um material de reanimação cardiorrespiratória com urgência (conduta profissonal) ao invés ter um choque emocional e ficar estático diante do paciente sem batimentos cardíacos (conduta sentimental).

E mesmo que eu não tenha me sentido muito à vontade, reagi mais friamente e racionalmente (mas nunca desumanamente) quando a tal reanimação não teve sucesso e perdemos mais um paciente grave. E eu vejo que estou bem, que ainda tenho muito a aprender pra evitar que essas circunstâncias se repitam ou ainda aprender a reagir de forma cada vez mais profissional quando a morte for inevitável. Tempo ao tempo...