30 de junho de 2009

QUALIDADES + DEFEITOS = PERSONALIDADE (PARTE 2)


E quando chegamos na etapa “defeitos”, o tal jogo da verdade temático não fluiu. É fácil explicar o porquê: defeitos são solúveis em amor, tanto o amor pelo próximo quanto o amor-próprio. E é garantia minha que todos os participantes do jogo tinham um mínimo de amor uns pelos outros, o suficiente pra que o jogo não desse certo. Mas foi fácil achar a solução pro jogo continuar: nenhum de nós (todos em plena juventude e em momentos turbulentos da vida) conseguiu desenvolver amor próprio suficiente pra diluir nossos próprios defeitos – por isso decidimos que cada um falaria dos próprios defeitos e eles seriam discutidos... e então o jogo seguiu!

E se apenas três das minhas qualidades se destacaram com unanimidade (sendo fácil detalhar cada uma delas no post passado), o mesmo não aconteceu com os meus defeitos: foram tantos que não dá pra detalhá-los tanto quanto da última vez, rsrs.

O primeiro deles: sou orgulhoso. Muito mesmo, do tipo que leva tudo a ferro e fogo (como diria o Sr. “Laisse Faire”) só pra não ter que admitir que estou errado, enganado, perdido, etc... um cabeça-dura teimoso, que só cede diante do óbvio. Pelo menos sou humilde o suficiente pra ficar quietinho e calado depois de já ter aceitado a “derrota”.

Outro defeito que eu tenho e já conhecia, mas não sabia um “nome” adequado, foi o GayAlpha quem me “ensinou” (num post antigo): sou voluntarioso. Minha vontade é tão soberana que já cometi grandes vacilos só pra satisfazê-la (e me arrependo de alguns). E isso me leva a outro defeito relacionado: sou mimado. Não um fedelhinho mimado que recebe sempre tudo o que pede, mas sim um cara que se mal-acostumou com as vezes que seus mimos foram realizados e espera que sempre será assim, ou seja, acabo criando expectativas que muitas vezes não se cumprem...

Também sou um péssimo mentiroso (culpa da tal sinceridade do post passado). Mentir é necessário em vários momentos da vida (o que muitos chamam de mentira-social) e, pra um mentiroso de 5ª categoria como eu, isso não é nada fácil. Também sou um tanto quanto medroso quando saio do âmbito racional-profissional e entro no emocional-afetivo. E também sou um eterno sujeito “baixa auto-estima”. Pra falar a verdade, a maior parte dos meus defeitos são resultantes dessa minha constante instabilidade emocional associada à baixíssimas taxas de auto-valorização e amor-próprio, como eu comentei no começo do post.

Sou acelerado demais, apressado, pavio-curto e impaciente. Por sorte sou complacente e tolerante, agüentando por muito tempo (e dando claros sinais da minha insatisfação) antes de explodir. E também sou bipolar – talvez um dos meus maiores defeitos ­– o que faz de mim completamente imprevisível nos momentos de “crise”. Consigo rir desesperadamente de alguma coisa e, no instante seguinte, ficar completamente furioso com outro motivo nada relacionado. E quase sempre isso acontece antes que as pessoas ao redor percebam essa súbita mudança, o que acaba sendo grave...

Sou um pouco arrogante também. Se internalizo o fato de que sou bom MESMO em alguma coisa, fico completamente convencido disso, o que acaba me levando eventualmente à arrogância. Um exemplo disso é a tal inteligência que falei no post passado. E nem me queiram ver associando o defeito “pavio-curto” com o “arrogante” quando subestimam minhas capacidades, sejam elas quais forem.

Não sou pontual. Sou um tanto quanto acomodado e preguiçoso também, mas não sempre. Demoro demais para agir diante de um problema e isso só acontece quando já existem poucas “saídas”. Tenho o péssimo hábito de não me adiantar em meus afazeres, deixando-os sempre para a última hora. Por sorte sou responsável o suficiente pra não deixar que as coisas atrasem, mesmo que elas não saiam com a qualidade que eu esperava.

E também sou exagerado, em todos os sentidos. Supervalorizo demais os meus sentimentos. Supervalorizo o significado de amizade e os amigos. Fantasio demais o relacionamento e par perfeito. Escancaro o que sinto com freqüência. Gargalho exageradamente com pequenas piadas. Choro desesperadamente com cenas de um filme ou livro bonito, e choro mais ainda quando me vejo “sem chão”. Costumo me anular com freqüência pra cumprir causas alheias, quase sempre daqueles que não merecem. Sou confuso. Não consigo compreender muitas das estúpidas motivações alheias. Muitas vezes não consigo entender minhas próprias razões.

Tornando este post algo bem nerd: em RPG (Role Playing Game), defeitos são atributos negativos que enriquecem o “background”, as características pessoais de um personagem e quase sempre permitem que este adquira adicionalmente mais qualidades, bônus, atributos, talentos, etc; ou seja, no RPG é bom ter alguns defeitos. Na vida real é um pouco diferente: nossos defeitos não nos concedem novas qualidades, mas são sim muito importantes.

Defeitos são adjetivos não muito desejados em nosso perfil humano, características não muito toleradas e muitas vezes não reconhecidas por nós mesmos. Mas são eles – e somente eles – que determinam as pessoas que nos cercam. As pessoas são facilmente atraídas pelo belo, pelo agradável e pelo cômodo, ou seja, se atraem por nossas qualidades. Porém, são os defeitos que servem como uma espécie de seleção natural entre aqueles que atraímos, mas que logo vão embora (os que não valem à pena), e aqueles que ficarão eternamente enraizados em nós (aqueles que realmente nos amam).

Enfim, finalizo este post com um vídeo que sempre me emociona pela interpretação, pela melodia e pelas palavras de Shakespeare...

29 de junho de 2009

CURTAS E RÁPIDAS

Em primeiro lugar, eu quero pedir desculpas por interromper a série de posts (Qualidades + Defeitos = Personalidade), mas é que existe certa urgência em falar sobre dois temas enquanto eu sinto a emoção do momento...

A - FUTEBOL & PRECONCEITO:

Trata-se de um bate-boca entre jogadores de futebol. Mas antes de mais nada, que fique bem claro:

1- Eu não sou fã de futebol, assisto só quando não tenho nada MESMO pra fazer;

2- Eu não torço pra nenhum time em especial e acho o cúmulo que ainda existam brigas de torcidas;

3- Eu assisto, voluntariamente, apenas aos jogos da Copa;

Por isso soube apenas que, em um momento (não me perguntem as circunstâncias) de um jogo entre dois times brasileiros (não me perguntem quais), dois jogadores começaram a discutir e partiram pra ofensa verbal. De acordo com a fonte (um amigo meu, viciado em futebol), um chamou o outro de “viado”, que respondeu, chamando-o de “macaco”. Do bate-boca dentro do campo, essa história foi parar na polícia: o jogador insultado pelo “macaco” – e por ser negro – se sentiu ofendido e abriu um processo por racismo. O jogador processado, por sua vez, precisou depor na polícia pra se explicar e, aparentemente, não revidou o processo (mesmo sendo chamado de “viado”).

Se a história é verdade? Sinceramente não me interessa. Me interessa SIM saber que essas coisas acontecem a toda hora e em toda parte do mundo. A pergunta que não quer calar é: se o jogador que xingou o outro de "macaco" vai responder por racismo, por que aquele que xingou de "viado" não responderá por homofobia?

As respostas são várias (hipocrisia é a melhor delas), mas vamos nos ater aos fatos: racismo é crime, homofobia não é. Simples assim. E se hoje racismo é crime é porque, no passado, alguém (pra não dizer centenas de pessoas) lutou pelos direitos da etnia negra e impôs a igualdade de acordo com os princípios da Declaração Universal dos Direitos do Homem (da ONU). Muitos foram à luta, não se conformaram nem se calaram diante das injustiças, não se omitiram diante das pressões, não temeram as represálias. E embora muitos militantes da diversidade sexual façam sua parte, a maioria dos GLBT AINDA acha que isso é coisa de gente que não tem o que fazer, de gente revoltada...

Fica também a alfinetada: os negros sabem (ou será que já esqueceram?) o que é sofrer com o preconceito, sabem como é difícil conquistar seus próprios direitos sendo uma “minoria” social. Então pergunta-se: como podem existir ainda tantos negros homofóbicos?

[...]

B - MONOGRAFIA:


Monografia é realmente como um filho: você começa a gerar (por eventualidade ou obrigação), vê tudo se desenvolvendo lentamente e por fim precisa completar todo o processo e – literalmente – parir.

E FINALMENTE EU CONCLUÍ TODO O PROCESSO DA MONOGRAFIA!!!

A apresentação foi completamente perfeita, a banca me encheu de elogios (e correções também, claro!), eu me emocionei, minha família e meus amigos estavam lá, o momento foi praticamente perfeito e como nota final: DEZ!

Eu admito que eu não ia ficar 100% feliz se não fosse um 10, poderia até me conformar com uma nota razoavelmente menor, mas não seria a mesma coisa. Isso porque eu sei o empenho e o esforço que foi gasto nessa joça! Sei quantas noites de sono foram perdidas, quanto stress eu passei e o quanto foi difícil fazer tudo em tempo recorde – graças ao meu atraso total, ou seja, fiz uma monografia de exatas 100 páginas em apenas UM MÊS! Mas eu confesso também que me surpreendi com a nota, principalmente por causa da minha dicção ligeiramente enrolada e acelerada, que só piorou com a tensão do momento.

Mas tanto faz, já passou, estou praticamente formado e agora vocês podem me chamar de Dr. Syn!!! Não existiu em toda minha vida um momento de tanto alívio, descompromisso com “o que vou fazer amanhã” e maior reconhecimento pela minha família e pelos meus amigos... estou definitivamente e irrevogavelmente FELIZ!

Obrigado a todos pelo apoio, incentivo e credibilidade!!!


OBS: No próximo post eu continuo com a série “Qualidades + Defeitos = Personalidade”, tá? Abraços!

22 de junho de 2009

QUALIDADES + DEFEITOS = PERSONALIDADE (PARTE 1)


Eu sempre quis fazer um post-série, por isso resolvi fazer um bem grandão, em três partes. O Syn anda inspirado de novo, e já ta cansando de falar só de cotidiano, por isso vamos esquentar as coisas por aqui. E perdoem-me, mas como tenho muuuita coisa pra falar, não se espantem com os posts quilométricos. Sendo assim: bem-vindos à primeira série do Sinapses!!!

Adoro o jogo da verdade. Não sempre, porque ele já foi muito banalizado MESMO, mas quando se joga com amigos ou conhecidos de certa confiança, tudo pode ser muito proveitoso. O jogo da verdade ensina pelo menos duas coisas: a não ter vergonha de contar fatos da sua vida (um exercício da Psicologia) ou a mentir – ou atuar, se preferiram – adequadamente e convincentemente (quando é necessário proteger alguém ou alguma informação em específico). E para que o jogo não se torne repetitivo (“como foi sua primeira vez?” ou “qual o lugar mais estranho que você já fez sexo”... afff), eu e meus amigos desenvolvemos o “jogo da verdade temático”, onde pergunta-se e responde-se apenas sobre um assunto.

Da última vez, o tema foi muito interessante: QUALIDADES, DEFEITOS e PERSONALIDADE (por isso dividi a “série” em cada uma dessas partes). E sem dúvida este foi o melhor jogo da verdade que eu já participei. Então, surgiu uma pergunta interessante:

“– Qual a maior qualidade do Syn?”

Fiquei lisonjeado com todas as respostas, mas 3 delas em especial me chamaram atenção pelo fato de eu concordar plenamente: SINCERIDADE, BONDADE e INTELIGÊNCIA. E a partir de agora este será um post “jogo da verdade” com o Syn abrindo as páginas do próprio livro...

Achei um conceito interessante de sinceridade na internet: “diz-se daquilo ou daquele em que não há engano, hipocrisia ou fingimento; probidade na intenção ou no falar”. Sinceridade se refere basicamente à verdade nua e crua. Sinceridade não é dizer aquilo que os outros gostariam de ouvir, mas sim aquilo que se acredita ser verdade e, por isso, ela pode ser bem mais defeito do que qualidade, basta ser usada de forma errada e na hora errada e para a pessoa errada. Lidar com a verdade nem sempre é fácil, principalmente pros mais orgulhosos e vaidosos.

Sou um sincero nato, algo quase sem escolha... não consigo demonstrar interesse quando não o tenho, nem rir pra agradar, nem fingir prazer ou dor. Se existe alguma suspeita de que eu não goste de algo ou de alguém, basta perguntar e olhar no meu rosto: suas dúvidas certamente vão desaparecer. Como o Sandro disse em um dos seus melhores posts: “Sinceridade é meio que como aqueles refrigerantes light da Schincariol que vêm em garrafinha de plástico: uma coisa ruim e ácida”. E nem todas as pessoas foram preparadas para provar este “sabor”.

Entretanto, ser sincero não faz de mim um indivíduo estereotipado, imutável e limitado. É perfeitamente normal (e saudável) agir convenientemente de acordo com as pessoas, as circunstâncias e os fatos. A verdade não foi feita pra esbofetear todas as pessoas: se não é adequado falar, basta calar; se não é conveniente revelar tal fato/opinião, omita a parte desnecessária, acaba sendo bem melhor que mentir. Sinceridade não é o mesmo que auto-exposição, nem significa exorcizar as opiniões aos quatro ventos. Sinceridade é, antes de tudo, uma questão de verdade e bom-senso: mesmo a mais dura e difícil verdade pode ser declarada de forma gentil e educada.

E aí entramos em outra qualidade: bondade. Uma qualidade que eu admito possuir, mas com um grande pesar... porque aprendi duramente que a frase “bonzinho só se fode” é a mais pura realidade. O Syn é o filho que toda mamãe pediu a Deus: ajuda velhinhas a atravessar a rua; não ri quando alguém cai em público (e ainda ajudo a levantar); carrego sacolas e livros de moças, senhoras e crianças, etc etc etc. Mais que isso, aliás, bem mais que isso.

Eu sou o típico imbecil que se anula e as vezes se prejudica só pra ajudar alguém que precisa. Isso aí, um verdadeiro otário que já foi capaz de ajudar muita gente em véspera de provas difíceis (e de graça) perdendo todo o fim de semana, que emprestou grana sabendo que nunca ia receber de volta só porque sabia que era verdadeiramente necessário, que confiou em pessoas completamente sem caráter na esperança de elas mudassem, que já faltou compromissos importantes porque alguém precisou da minha companhia e que carrega diariamente o peso do notebook nas costas (cerca de uma hora de ônibus, 80% das vezes em pé) pra facilitar a vida dos colegas de estágio (que vão de carro) com a apresentação dos seminários DELES.

Eu poderia facilmente considerar o fato de eu ser “bonzinho” como um defeito. Principalmente porque muitas pessoas já abusaram (e outras ainda abusam) desta minha boa vontade a partir do momento em que perceberam minha complacência neste quesito. Mas não é um defeito. Eu só deixei de me importar com tudo isso por um motivo: eu sou feliz assim. Eu compreendi e aceitei que não consigo ser egoísta nem ter má-vontade com os outros, e isso me faz muito bem. Sou um bonzinho idiota que só se fode e se decepciona, mas sou muito feliz com tal condição. E nem faço isso porque assim eu irei para o “céu” (morro de rir... hahahaha), é tudo uma questão de bem-estar próprio, algo que satisfaz a minha consciência.

E por fim, a última qualidade: a inteligência! Já declarei aqui uma ou duas vezes, sem um pingo de modéstia, que me considero muito inteligente. Não tem nada a ver com o valor do meu QI no teste oficial (e não esses fajutos que se encontram pela internet), que está acima da média (e com muito orgulho). Também não me refiro à habilidade estritamente acadêmica/estudantil ou às minhas boas notas. Quando me considero inteligente, levo em conta a minha capacidade de fácil e rápido aprendizado em quase qualquer coisa.

Basta me dar um programa, um texto ou um livro, um sistema, um organismo, uma cultura, etc, qualquer objeto de estudo; dê-me também algum tempo – de preferência pouco tempo (trabalho melhor sob pressão) – e me desafie a aprender tudo o que for possível sobre este objeto. Não sou infalível, mas é bem provável que ao fim do prazo dado eu saberei exatamente o necessário sobre o tal objeto de estudo (quase um auto-didata). Ensine-me apenas uma vez qualquer procedimento, técnica, processo, etc. e eu o reproduzirei da forma mais similar possível dentro de pouco tempo (e possivelmente posso aprimorá-lo). Me lance um problema lógico e prático e eu serei capaz de resolvê-lo. Submeta-me à convivência com um indivíduo, e em alguns dias eu saberei lidar com ele exatamente da forma desejada, seja ela amigável, hostil, indiferente, etc. Talvez justamente por eu ser totalmente convencido de que não sou um tapado, fico completamente furioso quando subestimam a minha inteligência.

Confesso que fiquei feliz em ouvir dos outros aquilo que eu já havia observado em mim há certo tempo. É importante ver o quanto as pessoas do seu círculo de confiança conhecem sobre você e o quanto você se permite ser “decifrado”. É importante não ser óbvio, sem cor ou segredos, mas ser sempre a Esfinge ou um labirinto pode ser extremamente chato.

E isso vale tanto para as qualidades quantos para os defeitos... Mas os defeitos – em especial os MEUS defeitos – serão o assunto do próximo post.

Abraços!

OBS: Na foto está o meu olho mesmo, uma das fotos minhas que mais gosto... quem sabe um dia eu mostro mais, rsrs.

17 de junho de 2009

(TWENTY) SEVEN SECONDS



"Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva"

Pitty - Admirável Chip Novo

NOTÍCIA:

“A polícia de São Paulo investiga quem foi o responsável por detonar uma bomba caseira no Largo do Arouche, Centro de São Paulo, na noite de domingo (14). O incidente ocorreu após a Parada Gay. Muitos participantes do evento estavam no local, esticando a festa que começou na Avenida Paulista. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que estavam no local por causa da Parada Gay atenderam 21 pessoas feridas, que foram levadas para hospitais. A maior parte das vítimas teve lesões leves.


Também durante a Parada Gay, um adolescente de 17 anos foi agredido por um grupo de homens na esquina das ruas Frei Caneca e Dona Antonia de Queiroz, ele está internado em observação e deve ter alta ainda nesta segunda-feira (15). Na Praça Roosevelt, no Centro, outro jovem foi agredido e roubado por um grupo de skatistas. E ainda no Largo do Arouche outro rapaz foi esfaqueado na perna.”


Poucas pessoas sabem que estes tristes eventos aconteceram, inclusive no meio GLBT. Perguntei a pelo menos 4 amigos gays e nenhum deles estava informado sobre tais fatos. Eu soube antecipadamente: um amigo (hetero) de Sampa me contou pelo MSN, o irmão (gay) dele foi um dos feridos pelo explosivo e felizmente passa bem.

Sabendo antecipadamente, liguei a televisão num certo canal (“Hipocrisia, a gente vê por aqui!”) e assisti o telejornal noturno. Do meu lado, meu celular preparado na função “cronômetro” esperava a tal notícia ser mencionada (isso se ela fosse sequer mencionada). Pasmem! A reportagem apareceu sim (pelo menos isso!), e teve exatos 27 segundos de duração. Sim, essa é a importância que a maior rede pública de telecomunicações do Brasil dá aos CIDADÃOS que foram feridos por conta do preconceito da sociedade. Lembrando que estes CIDADÃOS pagam impostos e cumprem seus direitos (em linhas gerais), independente da orientação sexual. E infelizmente, é bem provável que estes CIDADÃOS ou seus familiares assistam diariamente ao canal da hipocrisia.

Apenas 27 segundos pra mascarar a violência desmedida e despropositada contra indivíduos. Semanas, meses, quase um ano inteiro tripudiando e faturando descaradamente sobre o caso da menina Nardoni, da morte do Tim Lopes, da queda das Torres Gêmeas de 11 de setembro, dos acidentes aéreos mais recentes (como esse último francês), do caso com o Ronaldo e as travestis e tantas outras notícias exaustivamente esfregadas na cara dos telespectadores (que não me lembro nomento). Fora o tempo consumido com programas altamente enriquecedores como Reality Shows, jornalismo sensacionalista, humor-idiota-sem-criatividade e as clássicas (e famosas) novelas.

Se você tem amor próprio e valoriza a sua inteligência (ainda que o mínimo possível) aproveite a deixa e abandone a televisão aberta (junto com 90% da televisão por assinatura). Você não sai perdendo nada, ganha mais tempo (que pode ser muitíssimo bem empregado) e impede que os milionários da mídia enriqueçam às custas da manipulação e da ignorância.

Se você é um “GLBT” e/ou apóia os nossos direitos (se não é ou não apóia, o que está fazendo aqui afinal?!), respeite-se e valorize-se: você não precisa se adequar aos modelos do gay assexuado, caricaturado e engraçado vigente na sociedade para mendigar seus direitos e ser aceito apenas se for cabeleireiro, costureiro, estilista ou maquiador (profissões extremamente dignas, mas estereotipadas). O mesmo vale para as lésbicas másculas – as caminhoneiras, policiais e etc. E por esses motivos, não se submeta ao que a televisão brasileira tenta impor como certo, errado, justo, vulgar, inteligente, adequado e indispensável.

Lembre-se: o pensamento comum tende a ser burro, hipócrita, preconceituoso e estúpido. A voz do povo é a voz da ignorância, que você não é obrigado a aceitar.

[...]

OBS: O título do post é um trocadilho com uma linda (e perfeitamente aplicável) musica, que vocês podem ouvir e assistir aí embaixo. Pra quem preferir, aqui está a letra e a tradução.



OBS2: Aproveite e participe do movimento "NÃO HOMOFOBIA", o seu apoio é extremamente importante!



15 de junho de 2009

UM FIM... E UM NOVO COMEÇO


"I'll keep you locked in my head
Until we meet again,
Until we...
Until we meet again
And I won't forget you my friend
What happened?"

Pink - Who Knew

Um dia eu escrevi, inocentemente, a seguinte frase: “...expectativas são apenas uma projeção da sua vontade, nem sempre elas se cumprirão e raramente alguém será/fará exatamente da forma que você esperava”. Mas o ser humano tem a incrível capacidade de esquecer, de se acomodar.

Eu acreditava com todas as forças que eu e o menino-especial (do post passado) estivéssemos sintonizados e sincronizados, que queríamos a mesma coisa e ao mesmo tempo. Sendo franco: eu não queria pedir ou ser pedido em namoro, eu não queria sufocá-lo nem prendê-lo demais a mim. Tudo o que eu queria era que as coisas continuassem como estavam, que o momento não se interrompesse... era apenas uma expectativa, uma projeção da minha vontade.

OBS: Eu prometi pra mim mesmo que eu não permitiria que nada e nem ninguém alterasse o conteúdo e a forma como eu escrevo aqui. Nem mesmo meu irmão, meus melhores amigos ou o menino-especial, que conhecem e lêem este blog.

Expectativas nem sempre são realizadas. Certo dia à noite o menino-especial disse pelo MSN que gostaria de conversar pessoalmente comigo, disse que estava preocupado por eu ter dito que achava estar apaixonado... no fundo eu já sabia o que essa conversa significava. Saí de casa angustiado, mas sob controle. Ao vê-lo, percebi imediatamente que as coisas haviam mudado: eu estava frio, não me movia muito, eu estava completamente defensivo. A essa altura, eu já sabia exatamente o que estaria por vir e minha intuição não costuma falhar.

Conversamos normalmente sobre muitas coisas, todas completamente diferentes do assunto que precisávamos conversar. Ele estava com receio e eu estava angustiado. Mas ao fim da noite, sentindo que adiar aquilo seria pior, toquei no assunto. E então eu ouvi palavra por palavra, palavras que esmagaram minhas expectativas. Ele disse que gostava muito de mim e que não queria me perder, disse que temia que um relacionamento, um namoro, pudesse destruir um vínculo que poderia ser eterno caso se tornasse uma amizade.

Confesso que no momento eu não fiquei triste, nem com raiva e nem decepcionado. Até porque é muito difícil sentir esse tipo de sentimento ruim quando se está abraçado a alguém que você gosta. E para não magoá-lo, exatamente por eu gostar tanto dele, eu aceitei suas palavras e disse que seria assim a partir de então, da forma que ele disse. No mínimo eu fiquei agradecido pela velocidade dele em perceber exatamente o que ele queria e o que não queria, em algumas semanas a mais essa mesma conversa poderia ter sido bem mais trágica.

Ainda meio letárgico com tudo aquilo, eu voltei pra casa e nem pude pensar muito no que havia acontecido: eu precisava revisar a monografia para ser entregue no dia seguinte. Dormi e esqueci. Acordei e relembrei insuportavelmente cada palavra da noite anterior. E aí sim, finalmente eu sofri a amargura da decepção, da tristeza e de tudo o que aquelas palavras iriam significar a partir de então. Aí sim eu me permiti chorar, ter raiva e lamentar pela não-realização da minha expectativa.

E como Shakespeare disse: “... não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte”. Ele ligou no dia seguinte e eu o atendi. Nós já saímos juntos depois disso e nada aconteceu além das linhas bem definidas da amizade. Mesmo com o coração partido, ele não se tornou menos especial e eu não me permiti transparecer cada onda de dor. Ao lado dele eu me mantenho completamente frio às atitudes e queimando intensamente aos sentimentos. Eu só não sei por quanto tempo eu vou continuar agindo assim... e eu temo por isso, porque independente do que aconteceu, em um ponto eu concordo plenamente com ele: eu também não quero destruir um vínculo que pode ser eterno.

Eu não sei quanto tempo irá custar pra que eu volte ao normal, pra que eu supere a decepção. Eu só quero que tudo se resolva. Afinal, um dia eu também escrevi, conscientemente, a seguinte frase: “Decepção é algo rotineiro, se acostume e esteja sempre preparado, ou sempre será derrubado por ela...”.

Veja aqui como isto começou...

[...]

OBS: Na foto o anel que ele me deu no dia do “fim” e do novo começo (sim, a mão é minha mesmo).

OBS2: Apesar de tudo eu ainda estou bem, ou seja, toda paz que eu me referi no post anterior ainda se aplica aos dias de hoje. Sorte, né? ^^

OBS3: A música do começo do post é muito fofa e não me sai da cabeça... dá pra ouvir e ler a tradução nesse link (a incorporação foi removida).


(RE)COMEÇO...


O Syn voltou... já tava na hora de retornar, até porque eu preciso agradecer por tudo de bom que já aconteceu e tem acontecido nos últimos tempos. O motivo do meu sumiço (quase) todos já sabem: fim de curso, monografia, colação de grau, etc etc etc. Eu peço sinceras desculpas pelo abandono de quase 1 mês, mas eu realmente precisei abdicar de muita coisa (o blog, natação, horas de conversa no MSN, as partidas de RPG e baladas) pra conseguir ter o tempo necessário pra fazer tudo sem ficar estressado... bom, motivos dados, vamos ao post!

Essa maré de coisas boas tem nome: PAZ! Estou em paz com meus pais, em paz com meu irmão, em paz com meus amigos, em paz com meus professores, em paz com minhas obrigações e, o mais importante, em paz comigo mesmo. Nunca mais tive aquelas crises de “deprê” e baixa auto-estima. Não tenho saído tanto ultimamente pra festas, baladas, encontros, etc; mas ando encontrando amigos pelos meus percursos, amigos certos e nas horas certas. Anda tudo tão bem em tantos aspectos que chego a me sentir desconfiado, temendo que tudo isso acabe.

A monografia está pronta (foi finalizada um dia antes da data de entrega final, como eu previ) e entregue, ela é um sucesso e eu me orgulho absurdamente dela. Vou apresentá-la em duas semanas e, por mais que não saia uma nota 10, ela já é uma certeza de aprovação, da mesma forma como nos estágios. Em julho já estarei formado e eu me sinto feliz pela conquista, triste pelo fim da bela trajetória, satisfeito pela nova fase da vida que vem se aproximando e temeroso por não encontrar um emprego. Ou seja, estou com o que os professores chamam de “Síndrome do fim do curso”.

Não adoeci mais, não me estressei mais com bobagens e nem com nada que não fosse relevante, não me zanguei mais com quem não valia a pena, não movi mais os meus preciosos esforços pra ajudar quem não merece... enfim, esse “combo” de decepções, ilusões e “tapas na cara”, embora sofridos, serviram pra eu melhorar ao menos um pouco no quesito auto-valorização.

E vamos à melhor parte! Só pra melhorar toda a situação, conheci um garoto muito especial quase que por acaso. Na verdade, eu fui praticamente “escolhido” por ele quando fui visto no Orkut de uma amiga em comum (Orkut = catálogo), ou seja, ele quis me conhecer. Upgrade total de auto-estima!!! Conversamos pelo MSN e foi perfeito: não ficamos “travados”, não ficamos naquela situação de “o que eu vou falar pra ele agora?”, conseguimos falar sobre muita coisa e falar sobre nada também, incluindo todo tipo de bobagem e, acreditem, foi muito bom.

Este menino-especial foi me conquistando pouco a pouco. Em uma semana, marcamos pra sair juntos pra nos conhecermos mesmo, nada de segundas intenções. E mais uma vez ele me conquistou, porque tudo que identifiquei nele como especial pelas conversas do MSN só se confirmou pessoalmente. Eu já estava envolvido, pra não dizer deslumbrado, pelo pouco que eu já conhecia deste menino-especial... foi praticamente inevitável que eu tentasse um pouco mais do que ser seu amigo. Na boate, um pouco mais de álcool, um abraço, um beijo... e foi especial novamente, a noite toda. Ele me deixou em casa ao fim da noite, mas não sem antes me presentear com um amanhecer ao seu lado. E naquele momento eu já tinha a certeza de que estava envolvido de verdade.

Nos encontramos de novo e de novo, e eu queria vê-lo todos os dias, se assim fosse possível. Uma semana se passou e saímos mais uma vez para a boate. E em meio à dança, aos abraços, aos sorrisos, aos olhares e, eventualmente, aos beijos, eu não resisti e me declarei: eu não tinha certeza, mas acreditava estar apaixonado. Era completamente diferente de tudo o que eu já havia sentido, era meio difícil explicar, era estranho, mas era muito, muito bom!

E eu desejo que tudo continue assim, que ainda possa vê-lo sempre que fosse possível e que juntos nós possamos caminhar lentamente para um futuro ainda mais especial...

Esta história continua aqui...


[...]

OBS: Apesar do sumiço, eu nunca abandonei vocês, ok? Eu adorei os posts-especiais do GayAlpha e as tirinhas novas do Lusca, me emocionei várias vezes com o Autor, chorei lágrimas de sangue com o fim do blog do João, comemorei e fiquei bem feliz com o “retorno” da Dama de Cinzas e do Wolf, vi a troca de participantes do Mentes Discrepantes (que história foi essa, heim Dama? Rsrs), ri horrores com o Sandro e curti a mudança do “Tanta coisa” para o “Sim, eu mesmo”. Mesmo sem comentar, eu acompanhava seus blogs sempre que foi possível (leia: nos intervalos de descanso da monografia e dos estágios), agora eu estou definitivamente voltando às atividades normais de leitura, postagem e coments. E acreditem: ler o que vocês produzem é em grande parte responsável pela construção da minha opinião e, portanto, sou imensamente grato a todos!

OBS2: O Sinapses está de cara nova, porque a outra interface tava sombria demais pra minha atual condição. Mexi aqui e ali – acabou ficando assim. Eu acho que gostei das cores (mesmo sendo daltônico), mas aceito sugestões! rsrsrs

OBS3: O Blogger impediu a postagem deste texto há uma semana, não me perguntem o porque... infelizmente esta postagem está desatualizada...