22 de junho de 2009

QUALIDADES + DEFEITOS = PERSONALIDADE (PARTE 1)


Eu sempre quis fazer um post-série, por isso resolvi fazer um bem grandão, em três partes. O Syn anda inspirado de novo, e já ta cansando de falar só de cotidiano, por isso vamos esquentar as coisas por aqui. E perdoem-me, mas como tenho muuuita coisa pra falar, não se espantem com os posts quilométricos. Sendo assim: bem-vindos à primeira série do Sinapses!!!

Adoro o jogo da verdade. Não sempre, porque ele já foi muito banalizado MESMO, mas quando se joga com amigos ou conhecidos de certa confiança, tudo pode ser muito proveitoso. O jogo da verdade ensina pelo menos duas coisas: a não ter vergonha de contar fatos da sua vida (um exercício da Psicologia) ou a mentir – ou atuar, se preferiram – adequadamente e convincentemente (quando é necessário proteger alguém ou alguma informação em específico). E para que o jogo não se torne repetitivo (“como foi sua primeira vez?” ou “qual o lugar mais estranho que você já fez sexo”... afff), eu e meus amigos desenvolvemos o “jogo da verdade temático”, onde pergunta-se e responde-se apenas sobre um assunto.

Da última vez, o tema foi muito interessante: QUALIDADES, DEFEITOS e PERSONALIDADE (por isso dividi a “série” em cada uma dessas partes). E sem dúvida este foi o melhor jogo da verdade que eu já participei. Então, surgiu uma pergunta interessante:

“– Qual a maior qualidade do Syn?”

Fiquei lisonjeado com todas as respostas, mas 3 delas em especial me chamaram atenção pelo fato de eu concordar plenamente: SINCERIDADE, BONDADE e INTELIGÊNCIA. E a partir de agora este será um post “jogo da verdade” com o Syn abrindo as páginas do próprio livro...

Achei um conceito interessante de sinceridade na internet: “diz-se daquilo ou daquele em que não há engano, hipocrisia ou fingimento; probidade na intenção ou no falar”. Sinceridade se refere basicamente à verdade nua e crua. Sinceridade não é dizer aquilo que os outros gostariam de ouvir, mas sim aquilo que se acredita ser verdade e, por isso, ela pode ser bem mais defeito do que qualidade, basta ser usada de forma errada e na hora errada e para a pessoa errada. Lidar com a verdade nem sempre é fácil, principalmente pros mais orgulhosos e vaidosos.

Sou um sincero nato, algo quase sem escolha... não consigo demonstrar interesse quando não o tenho, nem rir pra agradar, nem fingir prazer ou dor. Se existe alguma suspeita de que eu não goste de algo ou de alguém, basta perguntar e olhar no meu rosto: suas dúvidas certamente vão desaparecer. Como o Sandro disse em um dos seus melhores posts: “Sinceridade é meio que como aqueles refrigerantes light da Schincariol que vêm em garrafinha de plástico: uma coisa ruim e ácida”. E nem todas as pessoas foram preparadas para provar este “sabor”.

Entretanto, ser sincero não faz de mim um indivíduo estereotipado, imutável e limitado. É perfeitamente normal (e saudável) agir convenientemente de acordo com as pessoas, as circunstâncias e os fatos. A verdade não foi feita pra esbofetear todas as pessoas: se não é adequado falar, basta calar; se não é conveniente revelar tal fato/opinião, omita a parte desnecessária, acaba sendo bem melhor que mentir. Sinceridade não é o mesmo que auto-exposição, nem significa exorcizar as opiniões aos quatro ventos. Sinceridade é, antes de tudo, uma questão de verdade e bom-senso: mesmo a mais dura e difícil verdade pode ser declarada de forma gentil e educada.

E aí entramos em outra qualidade: bondade. Uma qualidade que eu admito possuir, mas com um grande pesar... porque aprendi duramente que a frase “bonzinho só se fode” é a mais pura realidade. O Syn é o filho que toda mamãe pediu a Deus: ajuda velhinhas a atravessar a rua; não ri quando alguém cai em público (e ainda ajudo a levantar); carrego sacolas e livros de moças, senhoras e crianças, etc etc etc. Mais que isso, aliás, bem mais que isso.

Eu sou o típico imbecil que se anula e as vezes se prejudica só pra ajudar alguém que precisa. Isso aí, um verdadeiro otário que já foi capaz de ajudar muita gente em véspera de provas difíceis (e de graça) perdendo todo o fim de semana, que emprestou grana sabendo que nunca ia receber de volta só porque sabia que era verdadeiramente necessário, que confiou em pessoas completamente sem caráter na esperança de elas mudassem, que já faltou compromissos importantes porque alguém precisou da minha companhia e que carrega diariamente o peso do notebook nas costas (cerca de uma hora de ônibus, 80% das vezes em pé) pra facilitar a vida dos colegas de estágio (que vão de carro) com a apresentação dos seminários DELES.

Eu poderia facilmente considerar o fato de eu ser “bonzinho” como um defeito. Principalmente porque muitas pessoas já abusaram (e outras ainda abusam) desta minha boa vontade a partir do momento em que perceberam minha complacência neste quesito. Mas não é um defeito. Eu só deixei de me importar com tudo isso por um motivo: eu sou feliz assim. Eu compreendi e aceitei que não consigo ser egoísta nem ter má-vontade com os outros, e isso me faz muito bem. Sou um bonzinho idiota que só se fode e se decepciona, mas sou muito feliz com tal condição. E nem faço isso porque assim eu irei para o “céu” (morro de rir... hahahaha), é tudo uma questão de bem-estar próprio, algo que satisfaz a minha consciência.

E por fim, a última qualidade: a inteligência! Já declarei aqui uma ou duas vezes, sem um pingo de modéstia, que me considero muito inteligente. Não tem nada a ver com o valor do meu QI no teste oficial (e não esses fajutos que se encontram pela internet), que está acima da média (e com muito orgulho). Também não me refiro à habilidade estritamente acadêmica/estudantil ou às minhas boas notas. Quando me considero inteligente, levo em conta a minha capacidade de fácil e rápido aprendizado em quase qualquer coisa.

Basta me dar um programa, um texto ou um livro, um sistema, um organismo, uma cultura, etc, qualquer objeto de estudo; dê-me também algum tempo – de preferência pouco tempo (trabalho melhor sob pressão) – e me desafie a aprender tudo o que for possível sobre este objeto. Não sou infalível, mas é bem provável que ao fim do prazo dado eu saberei exatamente o necessário sobre o tal objeto de estudo (quase um auto-didata). Ensine-me apenas uma vez qualquer procedimento, técnica, processo, etc. e eu o reproduzirei da forma mais similar possível dentro de pouco tempo (e possivelmente posso aprimorá-lo). Me lance um problema lógico e prático e eu serei capaz de resolvê-lo. Submeta-me à convivência com um indivíduo, e em alguns dias eu saberei lidar com ele exatamente da forma desejada, seja ela amigável, hostil, indiferente, etc. Talvez justamente por eu ser totalmente convencido de que não sou um tapado, fico completamente furioso quando subestimam a minha inteligência.

Confesso que fiquei feliz em ouvir dos outros aquilo que eu já havia observado em mim há certo tempo. É importante ver o quanto as pessoas do seu círculo de confiança conhecem sobre você e o quanto você se permite ser “decifrado”. É importante não ser óbvio, sem cor ou segredos, mas ser sempre a Esfinge ou um labirinto pode ser extremamente chato.

E isso vale tanto para as qualidades quantos para os defeitos... Mas os defeitos – em especial os MEUS defeitos – serão o assunto do próximo post.

Abraços!

OBS: Na foto está o meu olho mesmo, uma das fotos minhas que mais gosto... quem sabe um dia eu mostro mais, rsrs.

8 comentários:

Cris Medeiros disse...

Vcv passa mesmo essas qualidades, mesmo pra quem tem pouco contato contigo, como é meu caso...

Eu da minha parte digo que sou sincera, mas conto umas mentiras pra me defender... rsrs... Não sou nada nada boazinha, já fui e me ferrei muito... Inteligente eu sei que sou, ainda bem, tinha que sobra uma qualidade inteira... ahahahah

Beijocas

Metamorfose Ambulante disse...

Fazia um bom tempo que não entrava aqui no seu blog, e como sempre encontro textos super bem escritos e que amo...
Foi bom conhecer um pouquinho mais de você e de como vc mesmo disse dessa sua sinceridade que nem todos sabem apreciar o sabor..rsrsrsrs...

Abração!!!

Anônimo disse...

Li rapidamente teu post.

Tenho algo para ti. Algo sobre o que conversamos, quando me disseste que eu fui um "anjo" (sic).

Esperando retorno de tua resposta.

Um abraço.

Desarranjo Sintético disse...

Bom...Esse jogo da verdade...que eu sempre chamei de "Verdade ou Consequência", pq na minha brincadeira quem escolhia não falar a verdade tinha que pagar uma prenda (ir na casa do vizinho pedir absorventes, papel higiênico, coisas assim..rsrs). Nunca gostei do jogo...preferia as verdades do que as consequências, pq sempre odiei pagar micos, e felizmente não me lembro de ter exposto nada demais. De qq forma o nosso jogo servia mais para saber quem gostava de quem e fazer a menina beijar o carinha que ela estava afim...(ou não rsrsrs).
Achei muito interessante esse jogo temático, embora eu creia que não participaria...rsrs...sou muito reservado...rs. Mas foi inteligente mesmo criar temas, afinal assim se conhece mais dos amigos, se foge da banalidade do jogo e dos assuntos clássicos, comom vc mesmo falou. Boa idéia!
Eu diria que eu tb sou sincero, apesar de ser adepto da mentira social, afinal magoar alguém não é comigo, e tb como vc disse, pode-se dizer tudo sem ferir, as vezes apenas omitir um pouco ou falar com delicadeza. Senão vira defeito. Tb sou dos bonzinhos...e é complicado. Adoro ajudar os outros, e quero apenas um muito obrigado em troca! Isso me satisfaz horrores! Acho que nasci assim, não consigo ser rude, ou mau, sou assim e pronto. É como se fosse uma qualidade nata (não estou me gabando, mas não consigo mesmo). E me acho sim inteligente, apesar de nunca ter feito teste de QI. E talvez vc seja mais inteligente que eu, pq eu não entendo de lógica, e não sei lidar com pessoas rudes, grossas, egoístas, ruins e amargas, acabo me afastando delas. E definitivamente não sou auto-didata, nem gostaria de ser. AAcho que preciso da pressão de alguém ensinando e cobrando...rs.
Bom eras isso...

E obrigado pelo comentário lá no blog. Tb gosto de animes. Cheguei a olhar apenas o primeiro episódio de Death Note, achei bacana! E estou na terceira temporada de Bleach! Muito bom, eu recomendo!

Abraços

Fábio.

Lucas disse...

é importante saber reconhecer suas próprias qualidades... e seus defeitos tb! =D por isso quero ver o próximo post, hahahahah!
abraço!

Gay Alpha disse...

Welllll... vc tem meus pés, meus tornozelos e meu queixo... eu tenho teu olho... estou em desvantagem, né? Hahahaha!!!!
Ótima reflexão!!!Adorei!
Hugzzz!!!!!

raylynk disse...

olá syn. como sua antítese viva (devo dizer em versão bem melhorada kk), tenho algo a dizer.
primeiro: a idéia do jogo foi legal.
segundo: seus amigos não tinhão qualidades mais piegas para lhe atribuir não? se quisesse ouvir algo tão eleborado, batava que eu levasse um bebado do bar da esquina e colocasse para conversar quinze minutos contigo.
terceiro: realmente vc tem talento para repórter. conseguiu desenvolver um ótimo raciocínio a partir de simples palavras.
por último: como sou uma versão com caracteristicas contrárias as tuas (exceto o quesito inteligência, que supero kkk) tenho a dizer que prefiro te ver como um construtor de mundo já existente do que como um cara bonzinho e sincero. vc sabe, não consegue esconder de quem realmente te conhece. MANIPULAÇÃO. isso sim é a qualidade de um bom escultor que pode suplantar os simplórios ao teu redor. AUTO SACRIFÍCIO. sofrer para provar a si mesmo as caracteristicas de quem te cercam como verdades científicas. SINCERIDADE? consegue não mentir para si mesmo. o olho me diz que falta ainda evolução. não acredite em qualidades tão obvias, prove ser digno de continuar como meu rival kkkk
abração cara

Anônimo disse...

Visão pensativa neste blogue, tópicos deste modo dão vida a quem observar neste blog !!!
Entrega mais deste blogue, aos teus cybernautas.