I am not waiting for A prince on a white horse just to save me I know I have to do by myself And this time I will be free
(IGNORIN' U - Pitty)
Com fatos e sentimentos turbulentos devidamente digeridos, chega a hora de expelir a conclusão. É assim mesmo, costumo me superar muito rápido. E essa conclusão diz respeito a tudo o que eu experimentei no meu último relacionamento. E por esse motivo, este post acaba sendo um desabafo ao meu ex-namorado, e mesmo que ele nunca venha a ler, sinto necessidade de exteriorizá-lo aqui.
[...]
Este texto é todo pra você "A". Eu encontrei a resposta pra sua pergunta: sim, eu te amei, por um período de tempo que eu não sei definir, mas que certamente ocupou menos de 50% dos nossos 6 meses de namoro. E eu já sei o porque eu terminei o nosso namoro: o cara que eu conheci e me apaixonei desapareceu, está escondido em algum lugar dentro de você, provavelmente atrás do seu maior defeito, sua teimosia. E, sinceramente, eu nem quero ou pretendo que ele saia de lá, porque eu realmente deixei de te amar cerca de um mês antes do fim do nosso relacionamento. E eu não me arrependi, eu me sinto bem, me sinto livre. Eu achei que seria difícil, mas cheguei à conclusão de que eu não precisava manter um namoro se fosse pra ser daquele jeito.
Eu não tenho ódio por você, eu não tenho motivos para te diminuir, te ofender, te menosprezar. Eu agradeço de verdade por tudo o que você me proporcionou, agradeço pelo que eu aprendi com você, agradeço pelas pessoas divertidas e diferentes que você me apresentou, agradeço pelos inúmeros orgasmos, agradeço pelo seu apoio e agradeço até pelas nossas crises. Tudo isso ficará guardado em uma parte boa de mim e, acredite, ela é bem maior do que a dor e o ressentimento que você me causou. Considere-me superado, assim como eu te considero uma boa e importante lembrança.
Eu não mudei com você. Eu só tive a completa consideração de desaparecer da sua frente, porque eu sabia que você ainda me amava; e como dizem: "o que os olhos não vêem, o coração nao sente". É isso que eu gostaria que fizessem comigo se eu estivesse na mesma situação... e, curiosamente, é isso que fizeram por mim quando eu passei por isso (está registrado em alguma parte deste blog). E eu não fugi, eu desviei propositalmente meus caminhos dos seus, mas caso nos encontrássemos (como aconteceu), eu não fugiria de você (e eu não o fiz).
Imagino o quanto foi difícil pra você, mas eu sabia que não podia te ajudar. O único tipo de salvação que eu poderia te oferecer seria nada menos do que minha própria sentença de morte. E, felizmente, meu amor próprio é maior do que meu altruismo. Quando você percebeu isso, acabou reagindo (desesperadamente e infantilmente) da forma mais lamentável possível. Eu repito sem medo: a escolha de trocar o seu amor por mim por ódio é sua, eu não posso fazer nada a não ser lavar as mãos.
Mas não finja inocência, não seja cínico ou hipócrita, não te conheci com tais defeitos. Você conhece SIM a sua parcela de culpa. Você sabia que me matava a cada vez que fugia ou deixava uma discussão sem conclusão. Sim, a sua teimosia não era, não é e jamais será um argumento. A sua imaturidade não justifica de forma alguma a forma com que fui (muito mal) tratado por dias. A sua incapacidade de se colocar no meu lugar foi decisiva. A sua exigência por mudanças da minha parte e a pressão que você me impôs, sempre impedindo a expontaneidade das minhas atitudes, nunca foi justa. Não eram igualitárias aos meus pedidos de mudança da sua parte. O "A." que eu conheci era menos amargurado e julgava menos do que o garoto que eu deixei sozinho no fim do namoro. E como se não fosse suficiente, você me fez perder exatos 6 dias de sono, um recorde.
Só não me persiga, não me vigie, não me atrapalhe. Tire o seu ódio do caminho, pois minha consciência tranquila quer passar. Se continuar me ofendendo pela internet, o máximo que conseguirá provar é o nível da sua maturidade. Se você quiser espalhar aos 4 cantos que viveu um "amor de hipocresia" (alias, a palavra certa é hipocrisia), lembre-se bem de tudo o que eu fiz por você, das vezes que eu te apoiei, do dinheiro que eu gastei com você, da fidelidade imaculada que eu te prometi (e cumpri), dos meus pequenos sacrifícios, de todos os momentos bons e positivos na sua vida enquanto estivemos juntos... e se ainda assim você julgar que eu fui hipócrita, nada eu posso fazer. Apenas dormir em paz e com a minha consciência tranquila.
Eu te conheci, eu me apaixonei, eu te amei, passamos um tempo juntos, eu percebi que você não era quem eu pensava que fosse, eu deixei de te amar e me afastei. Um ciclo justo, limpo, sem mentiras, sem falsidade, sem arrependimentos, com começo e um fim, que veio exatamente no momento em que eu percebi que eu nada poderia fazer pra voltar a te amar e não poderia mais esperar ou exigir uma mudança sua. Exatamente antes que o nosso relacionamento fosse lembrado por momentos ruins em vez dos bons. Você pode não admitir ou não concordar, mas foi e ainda é assim pra mim.
E se eu ainda puder te desejar algo, que seja mais maturidade, mais tolerância e mais auto-controle. Não pra mim, não pro seu próximo namorado (ou namorada), não pra agradar seus amigos, sua família ou qualquer outra pessoa. Mas pra que você evolua como um humano, um homem melhor.
Adeus.
[...]
P.S.: A aliança que está no meu dedo anelar esquerdo permanecerá lá, no exato lugar onde estava no dia que você me conheceu. Ela ainda significa (e sempre significará) um completo auto-compromisso. Um compromisso de amor, respeito, sinceridade, cuidado e fidelidade a mim mesmo.
Percebi que não consigo escrever sobre situações/fatos/sentimentos enquanto eles ainda estão acontecendo na minha vida. Percebi que não consigo escrever sobre situações/fatos/sentimentos passados enquanto os atuais ainda estão me incomodando e inflamando minha mente. Percebi que por mais que eu tente desenvolver um pensamento sobre alguma coisa aleatória, esse pensamento sofre direta influência do meu estado de espírito e de humor vigente, que por sua vez, é um produto direto do que eu vivo no presente (ou passado próximo).
E percebendo isso, eu me calo por alguns dias, porque eu não criei um blog pra vomitar situações/fatos/sentimentos turbulentos, mas sim pra jogar a "pá de cal" da minha opinião sobre eles, depois que tudo já está devidamente digerido e superado.
Sem mais...
OBS: sim, sou eu mesmo na foto (há 2 anos atrás)...
Estou solteiro há alguns dias. Novamente. Mas sem queixas, sem arrependimentos e nem aquela sensação ruim de vazio e tédio das outras vezes. O que sinto agora é um misto de fadiga mental, sede social e alívio psicológico.
Dessa vez eu não detalharei passo-a-passo as (possíveis) causas do fim e nem vou enxer o meu ex de defeitos. Além de não haver a menor necessidade ou motivo que possa justificar esse ato, dessa vez as coisas foram diferentes: as causas do rompimento do namoro não estão claras na minha consciência, só estão evidentes no meu coração. O sentimento existiu de fato, eu realmente gostava dele; a diferença é que o sentimento não era maduro ou forte o suficiente pra sobreviver por uma longa temporada de crise e tortura emocional, pelo menos não intacto. O que eu sinto por ele não morreu, só mudou de uma quente paixão para uma amizade bem morna; um carinho que é frio demais pra aquecer um namoro. Diria que o sentimento ainda existe, mas está irreconhecível.
E dessa vez não existem xingamentos a serem vomitados ou defeitos a serem expostos. O meu ex é muito parecido comigo, é praticamente um "Alysson" com 18 anos (idade dele), um garoto muito cheio de certezas, (verdades indicutíveis) que, nos atuais 23 anos, foram substituídas, modificadas, adaptadas ou extintas.
Dessa vez eu estou bem. Eu me sinto bem com a minha decisão em finalizar um relacionamento que já não tinha mais sentido. Pelo menos não no meu coração. Finalizar tudo antes que os bons momentos fossem substituídos por brigas, boicotes, chateação mútua e farsa. Antes que as boas lembranças ficassem distantes demais para serem resgatadas. Antes que eu abrisse mão de ser o "Alysson" que eu sou para me tornar o "Alysson" que o meu ex-namorado e o relacionamento pediam.
Mesmo sendo difícil terminar um namoro, por melhor ou pior que ele tenha sido, eu me sinto orgulhoso por ter reunido a força necessária pra fazer o que eu acredito ter sido a coisa certa. Apesar do medo inicial, fico feliz de ter a coragem e o amor-próprio necessários para que eu estivesse bem, right now...
E tudo isso se justifica. Mesmo sendo bastante questionadas e desacreditadas as teorias holísticas, a física/medicina/ciência quântica, a lei da atração e as filosofias orientais; uma coisa que todas essas correntes de pensamento possuem e estão certas: seus sentimentos e sensações são verdadeiros "medidores" do seu atual estado de felicidade e paz-interior. Se você não se sente bem agora, jamais voltará a se sentir bem novamente a menos que modifique ou remova aquilo que te impede de ser feliz. E isso, tenho o orgulho de dizer, eu sei fazer muito bem!
-Meninas: criaturas esquisitas, frescas, moles, abundantemente enfeitadas e pintadas, e que, mesmo desperdiçando tempo, tiram boas notas;
- Meninos: criaturas que, em teoria, deveriam ser parecidas comigo... só em teoria...
- Diretora: alguém que você não vai querer conhecer nem nos seus piores pesadelos;
- Bola: algo tão perigoso e divertido como um soco, ou uma pedra vindo em sua direção;
- Escola: um lugar cheio de pessoas diferentes e esquisitas, que fingem ser o que não são para atingirem seus objetivos (sejam lá quais forem);
- Futebol: uma aglomeração de 22 pessoas violentas, com intenções violentas e armas violentas, praticando ações violentas e se divertindo enquanto isso;
- Irmão: alguém que, apesar de ter um DNA extremamente parecido com o seu, não poderia ser mais diferente de você;
- TV: um troço que, se não tiver passando desenho animado ou conectado a um vídeo-game, é a coisa mais chata possível;
- Mamãe: uma pessoa neurótica, bipolar, emocionalmente instável e que tem sempre razão;
- Papai: uma versão mais bruta, mais durona, menos fresca e mais pobre que a mamãe;
- Prova: a melhor, mais eficiente e mais valorizada moeda de troca com a mamãe... ou uma causa mortis muito justa;
- Chato: um cara que esqueceu ou desaprendeu a ser divertido;
- Peso: um motivo comum pra criticar as pessoas, desde que seja alto ou baixo demais;
- Verduras: um troço quase sempre verde, sem gosto, nojento, cheio de “nutrientes” e que os seus pais te obrigam a comer;
- Dinheiro: uma coisa rara, legal e que você não deve pegar dos outros (NUNCA!);
- Redação da escola: uma invasão da sua privacidade que vale nota;
- Cópia de texto: algo que a professora te obriga a fazer mesmo sabendo que é uma puta perda de tempo;
- Deus: um cara grande, velho, barbudo, invisível, muito poderoso e que te castiga freqüentemente;
- Anjo da guarda: uma versão muuuuito menor, menos poderosa de Deus e, no meu caso, um verdadeiro inútil;
- Cachorro: se for seu, é um dos melhores amigos possíveis, se for dos outros ou de rua, um perigo ambulante, cheio de dentes grandes e afiados;
- Gato: um bicho fofo, temperamental e que pode te infectar com o perigoso “vírus-da-asma”;
- Bonecas: a coisa mais sem graça (e que as meninas adoram) possível;
- Sexo: hã?
- Tatuagem: uma coisa errada, suja, feia e demoníaca, assim como brincos e cabelos compridos para meninos... e meninos para as meninas;
- Padre: um homem que pode usar vestido, que muita gente acha que é gay, mas não comenta isso com ninguém;
- Diversão: jogar vídeo-game, espiar vizinhos fazendo sexo (apesar de eu não saber o que é isso), escavar o chão do quintal, tirar notas boas e comprar doces com o troco do pão;
- Carnaval: uma coisa chata, barulhenta, cheia de violência, música enjoativa, regada de álcool e que eu vou odiar por mais 3 anos;
- Cerveja: algo com um gosto horrível, mas incrível por ter a capacidade de fazer papai ficar divertido, comunicativo e generoso (inclusive com grana);
- Empregada: uma criatura esquisita, autoritária, feia, mas que no fundo só quer o seu bem;
- Peixe: é quando o almoço adquire um gosto insuportável e te forçam a comer;
- Recuperação: é um tipo de prova que eu nunca vou fazer (até os 14 anos);
- Namoro: é uma coisa que envolve sentar no colo, trocar abraços, conversar e rir baixinho, rir sem motivo, e coisas afins... todas sem nenhum sentido;
- Casamento: algo que só dá certo entre os meus pais (pelo menos até os meus 17 anos);
- Alysson: um sujeito chato, petulante e esquisito e que vai mudar muito até os 23.
Na vida eu tive muitos professores. Professores da escola, professores da faculdade, professores de natação, professores-amigos, professores de todos os tipos. Mas de um tipo específico de professor, eu tive bem poucos: professor de vida.
Meus pais não me ensinaram muita coisa sobre a vida, eles estavam preocupados demais em manter minhas notas altas, em manter meu comportamento social dentro do normal e, sobretudo, em me manter quieto dentro de casa. Talvez por isso eles nem se importassem tanto quando eu passava de 15 a 18 horas por dia plantado na frente de um vídeo-game ou computador... exceto quando a conta de energia vinha alta, claro Eles também não se importávam com minha vida social quase inexistente... a sexual então, nem se fala! Além disso, tudo o que eles insistiam em me ensinar já era exaustivamente repetido por outras pessoas, com mais freqüência por tios ou pelos professores da escola. Não é meu papel aqui questionar a educação que eu recebi de pais, professores e parentes, apesar de eu considerá-la moralista e hipócrita em uma série de aspectos, mas sim exaltar esses poucos “professores de vida” que eu tive.
Na falta de gente capacitada pra me ensinar como viver adequadamente, eu tive que aprender sozinho por muito tempo, e confesso que nem fui tão bem. Até que a própria vida botou dois amigos-professores na minha frente: o Laisse Faire e a Danone.
A Danone me ensinou a não julgar, foi a primeira grande lição que eu tive dela. Aos poucos, ela me ensinou o real valor de um amigo, de um jeito que eu não entendia antes. Ela me ensinou na prática o que eu já havia lido no Pequeno Príncipe: tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Depois ela me ensinou a fazer o bem, não somente pra “ir pro céu” ou esperando qualquer espécie de retorno. A Danone me ensinou inúmeras vezes a perdoar. E me ensinou que independente de como a sua família te trate, ela sempre será a sua família e você deve preservá-la (ou pelo menos tentar bastante) antes de somente julgá-la ou abandoná-la. Ela me ensina a cada dia a jamais desistir e a entender que nada do que você enfrenta é maior do que a sua capacidade de sobreviver. Ela me ensinou algo que eu havia perdido há anos: o significado de Deus, de religião, de espiritualidade, de fé e a importância disso na vida. E por fim ela me ensinou que não importa o quanto os seus problemas podem ser gigantescos, sempre haverá alguém com problemas maiores ou mais devastadores que o seu. E por mais incapaz e impotente que você esteja em relação aos problemas de quem você ama, um mero abraço, uma palavra de conforto ou um simples ouvido e ombro amigo podem fazer a diferença entre tudo e o nada.
O Laisse Faire, antes de ser sequer o meu amigo, me ensinou a ter paciência, e talvez ele nem saiba como fez isso. Ele foi a primeira pessoa com quem eu falei de minha sexualidade, antes de eu sequer aceitá-la, e ele ainda nem era meu amigo. E depois ele me ensinou a não ser odioso, a enfrentar problemas, a viver de cabeça erguida e a entender que não se deve levar as coisas, as pessoas e nem a vida tão a sério. E aí sim ele tornou-se o meu amigo. E mesmo vacilando algumas vezes comigo, ele acabou se fixando de uma forma totalmente permanente na minha vida. Foi ele quem melhorou meus hábitos de leitura e meu gosto musical. O Laisse Faire me ensinou que não basta rir, é necessário rir com um mínimo de inteligência, mesmo com a maior bobagem da humanidade. E ele, de uma maneira esquisita, me ensinou que o silêncio e a distância podem ser valiosos nos momentos certos, e que as coisas contraditórias não são exatamente ruins. O Laisse Faire me ensinou que amar não deve ser feito de forma leviana, que não se pode enganar o seu coração e que, mesmo que alguém te deixe em pedaços, ainda é possível viver, sobreviver, superar-se e ser feliz novamente, sendo capaz de rir das próprias histórias do passado e convivendo amistosamente com quem já te ofendeu ou te magoou.
A esses dois queridos amigos, eu só devo a maior gratidão, a maior consideração, um real sentimento de admiração, de companheirismo, de amizade e de uma ternura irônica e divertida. Obrigado de verdade por entrarem na minha vida, por me ensinarem mais do que eu merecia e por se manterem ao meu lado em toda hora. Eu não costumo falar isso publicamente, mas eu definitivamente AMO vocês!
OBS: abaixo, uma breve homenagem à Danone e ao Laisse Faire, respectivamente, músicas que eu simplesmente não consigo ouvir sem associar ao contexto desses dois grandes amigos!