21 de janeiro de 2009

SOU BRASILEIRO E JÁ DESISTI FAZ TEMPO


Não sou patriota, nacionalista e nem me acho o máximo por ser brasileiro. Não, eu não me envergonho nem um pouco em dizer esse tipo de coisa. E antes que você pense que sou só mais um ser acultural que adoraria ser norte-americano ou inglês (ou ainda europeu de forma geral) ou que adora cultura importada, pode esquecer. Minhas sinapses me exigem o máximo de originalidade. Se você for um defensor da pátria amada lamento, mas eu não vejo lá grandes motivos pra gostar disso aqui. Quer ver?

Eu odeio uma grande parte da música brasileira. Isso inclui alguns gêneros musicais predominantemente nativos, como samba (e pagode), forró, brega, sertanejo, funk e etc. E não é pelo ritmo, é pelo conteúdo exposto. Afinal, existe coisa muito melhor do que "fuleragem", "raparigueiro", "bebedeira", "créu", "pimpolho" e "sapo caiu na lagoa" pra se ouvir. Aliás, até os estilos importados (como rock, pop em geral, country, etc) os brasileiros têm a capacidade quase sobrenatural de transformar em merda (não tudo, o que ja é um avanço). Não é estereótipo não e nem extremismo do tipo "música brasileira = porcaria", é uma constatação através do que a grande maioria escuta e, pior, gosta. Em tempo: isso não significa que as TODAS as músicas internacionais sejam boas (muito pelo contrário por sinal...).

Eu odeio a personalidade efusiva que os brasileiros tentam transparecer. “Aqui é a terra da alegria!”, “Venha ser feliz no Brasil!”, “Nossas dificuldades nos fazem ser mais animados!”. Esse tipo de coisa. Sorrisos demais, abraços demais, felicidade demais. A realidade é dura, ruim, difícil. Fingir que tudo sempre está bem é tão natural quanto o peito da Lara Croft.

Eu odeio política, principalmente se for brasileira. Nem vou descrever os motivos por medo de falar nada mais que o óbvio. Aliás, falo sim. Três palavrinhas pra você sobre a política brasileira: “hipocrisia”, “corrupção e “inatividade”.

Eu odeio a saúde no Brasil e esta eu conheço de perto (sou acadêmico de Fisioterapia e conheço as redes privada e pública). Reconheço que existem exceções memoráveis, mas os responsáveis pela saúde estão ali pra cuida de qualquer coisa, menos de gente. A falta de humanidade, de respeito, de dignidade, de cuidados mínimos por si só são a prova máxima e diária disso.

Eu odeio a visão social comum (e obviamente a majoritária) do brasileiro. Além disso, me envergonho dela (sim, eu tenho vergonha alheia). É uma sociedade predominantemente adepta do “jeitinho”, da hipocrisia, do preconceito, da intolerância, da falta de iniciativa, do egoísmo, da falta de educação, da preguiça, do comodismo, da ineficiência, da ilegalidade e principalmente da burrice. E de muitas outras coisas que você já conhece.

Fato: existe sim muita coisa boa sim no Brasil. Que vai desde aspectos culturais incríveis (infelizmente pouco aproveitados), passa pelas belezas naturais (infelizmente mal-preservadas) e finaliza na ideologia de melhorar, crescer (ideologia de muitos, praticada por pouquíssimos).

Mas eu não sou uma pessoa de grandes esperanças. É eu desisti do ser humano há muito tempo. E também da sociedade, da política, das religiões (mas isso fica pra outra postagem) e do Brasil também. Sou um cara muito prático e racional pra acreditar que pensar positivo, “fazer a minha parte” e usar a bandeira do Brasil na sandália, cueca, camisa, boné e outros acessórios são suficientes pra fazer a situação atual melhorar. E não é qualquer propaganda medíocre enfeitada com a música (perfeita por sinal) do Raul Seixas que vai me fazer mudar de idéia.

Se você mesmo assim ama o Brasil e ainda acredita nele, não sei se devo te admirar ou rir muito, whatever. Prefiro não aderir à filosofia monocromática (lembra?). É tudo uma questão de opinião... ou não!

OBS: Esta postagem foi inspirada no nome de uma comunidade do Orkut.


4 comentários:

Anônimo disse...

Caro amigo, mt interessant td q disse, mas...as pessoas nao fazem kestao d admirar o belo e preserva-lo seja musiklmente falando, hstorikment, culturalment enfim...Alias o povo nao tem nem comida vai ter cultura? se
bem q poderia havr um pouco d senso para analisar e criticar o q vr, o q ouve...mas as pessoas preferem se fzerem d cegas, surdas e mudas, e sair pulando d felicidade (nao sei q felicidad toda é essa, mas...)Nossos governants olha o povo feliz e acha q ta td um mar d rosas...e assim segue a Patria Amada Brasil!!!!!!

Unknown disse...

Mas não dá pra ficar só no pessimismo, né?
O único jeito é a conscientização, que começa cedinho, na infância. Podemos fazer a nossa parte com as crianças ao nosso redor.
São as próximas gerações de brasileiros que irão colher os frutos, afinal de contas.
Ou então "a solução é alugar o Brasil"...
Convido a conhecer meu blog.
;)

Anônimo disse...

Meu amigo, oooooooootimo post!!! Essa historia Brasil país da alegria, do carnaval e do futebol já era faz tempo!!! Tuas palavras não me soaram como pessimismo e sim como realismo de alguem que conhece e se importa com os reais problemas do país!!! O negócio é cada um fazer a sua parte e não ficar esperando passivamente que as coisas melhorem!!! Abração

Anônimo disse...

O negócio é alugar o Brasil .... e como dizia Tom Jobim , a saída para o Brasil é o AEROPORTO mesmo...e quem sair por ultimo que apague a luz , por favor...